SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A justiça iraniana apontou um jardineiro como o principal suspeito de assassinar o cineasta Dariush Mehrjui e sua esposa, e afirmou que a motivação do crime pode ter sido uma disputa econômica, informa O Globo.

O diretor de 83 anos e sua mulher, Vahideh Mohammadifar, de 54, foram mortos a facadas em sua casa no dia 14 de outubro. Hossein Fazeli Harikandi, chefe do Poder Judiciário da província onde ocorreu o crime, disse que o jardineiro já havia trabalhado na residência Mehrjui e "estava ressentido por questões financeiras".

De acordo com a Justiça, o cineasta devia ao jardineiro US$ 600, cerca de 3 mil reais.

Dariush Mehrjui é considerado o representante do cinema novo iraniano. Em 1969, dirigiu "A Vaca", um dos primeiros filmes do movimento. Em 1990, lançou "Hamoun", uma comédia sobre um intelectual angustiado com o próprio divórcio e com um Irã invadido por empresas de tecnologia.

Quatro pessoas foram acusadas pelo assassinato. Os suspeitos teriam entrado na residência e o jardineiro esfaqueou o cineasta no pescoço enquanto ele assistia televisão, já a esposa foi assassinada em seu quarto.

O ministro do Interior do Irã, Ahmad Vahidi, descartou qualquer "vínculo entre o assassinato de Mehrjui e os assassinatos em série" de intelectuais dissidentes cometidos em 1998 pelo serviço secreto do governo.


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