A pouco mais de uma semana para o carnaval 2024, as cerca de 14 escolas de samba de Juiz de Fora organizam os últimos preparativos para os desfiles e os trabalhos seguem a todo vapor nos barracões.
Por trás de todo o glamour, coreografias cativantes e enredos envolventes, há um árduo e longo trabalho de elaboração, que envolve equipes completas para garantir que tudo saia conforme o planejado.
Este ano, as agremiações desfilarão nos dias 10 e 11 de fevereiro, no Grupo Especial e Acesso I e II, mas a idealização e composição dos desfiles tiveram início meses antes lá nos barracões, que é onde nascem todos os projetos para o carnaval.
O carnavalesco, figurinista e diretor de teatro, Fernando Valério, compartilhou um pouco sobre esse processo de criação.
“Carnaval é além de uma festa, é um teatro. Então, tudo começa com a escolha do enredo. A partir daí, definimos qual vai ser a linha dramatúrgica que nós vamos seguir e, só então, a gente começa a executar as ideias”.
Mas antes de colocar a mão na massa e tirar todas as ideias do papel, é necessário buscar referências e checar o que o mercado carnavalesco tem para oferecer, avaliando se a estética idealizada é compatível com os recursos disponíveis. A partir daí, os carnavalescos pesquisam se há materiais específicos para compor as fantasias e as decorações dos carros alegóricos. Após concluída essa parte, é hora de executar, colocando em prática todas as ideias.
“Agora, na reta final do carnaval, o foco principal é a decoração dos carros alegóricos e os acabamentos finais, que inclui uma detalhada vistoria para garantir que tudo esteja impecável, bem colado e de pé para que a gente possa apresentar o melhor na avenida”, explica o carnavalesco.
Este ano Fernando Valério assina o carnaval de duas agremiações de Juiz de Fora: Partido Alto e Unidos das Vilas do Retiro. E uma de Belo Horizonte: Escola de Samba Raio de Sol.
Os desafios por trás da avenida
Por trás de todo esse processo, há também uma série de desafios que precisam ser vencidos para dar forma a essa enorme comemoração. O principal deles é a luta contra o tempo. Philippe Lana, mestre de bateria da escola Unidos das Vilas do Retiro, conta que os ensaios da agremiação tiveram início em meados de julho de 2023 e que o curto período para se preparar vem acompanhado por outras limitações
“Nós estamos sem lugar fixo para realizar os ensaios, armazenar nossas fantasias… isso dificulta muito o nosso trabalho. Além disso, também tivemos o atraso das verbas, de modo que tivéssemos que fazer um carnaval contra o tempo”, revela o mestre de bateria.
A escola de Philippe traz como enredo este ano “O trovador sertão “, uma história que revela, em primeira pessoa, as belezas, culturas e outras maravilhas do nordeste brasileiro. Para ele, esse grande teatro performático deveria ser encarado com mais comprometimento.
“As pessoas deveriam levar o carnaval mais a sério, pois gera empregos, na maioria dos lugares geram lucros, turistas. E ,na minha opinião, com o tempo, a sociedade e o poder público foram se afastando das escolas de samba, tornando mais difícil colocar uma escola na avenida”.
Apesar dos inúmeros obstáculos, ele garante que a principal motivação para seguir em frente é fazer bonito na passarela.
“O foco é colocar a escola bonita na avenida, na maior perfeição possível, fantasias e alegorias com o melhor acabamento, samba na ponta da língua e bateria afiadinha”.
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