SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A atriz Lupita Nyong'o, presidente do júri do Berlinale, o Festival de Berlim, preferiu não responder a uma pergunta sobre a polêmica gerada pelo convite para que políticos do grupo de extrema direita AfD participassem da cerimônia de abertura.

Durante coletiva de imprensa, ela foi questionada se teria comparecido à cerimônia se os políticos estivessem presentes. A resposta, porém, foi evasiva.

"Sou uma estrangeira. Não conheço os meandros da situação política daqui", disse Nyong'o. "Fico feliz por não ter que responder a essa pergunta. Estou feliz por não ter que estar nessa posição."

O diretor alemão Christian Petzol, que é membro do júri, foi mais direto. "Acho que não é um problema ter cinco pessoas do AfD na plateia", disse ele. "Não somos covardes. Se vocês não suportarem cinco pessoas da AfD como parte da plateia, perderemos nossa luta."

No dia 8 deste mês, o festival desconvidou membros do partido político de extrema direita Alternativa para a Alemanha, a AfD, para o evento de abertura, que acontece no Berlinale Palast, na praça Marlene Dietrich, região central de Berlim.

O convite é uma antiga tradição. A Berlinale chegou a tentar mantê-la quando, no início deste mês, mais de 200 profissionais do audiovisual alemão levaram uma carta de repúdio às redes sociais pedindo que o festival cancelasse o convite.

A organização declarou ao site americano The Hollywood Reporter que o protocolo é convidar os políticos eleitos pelo país, e que os membros do partido venceram as últimas eleições para o Bundestag, o parlamento alemão. "Eles também são representantes de comitês políticos voltados à cultura e outros grupos. Isso é um fato e nós temos que aceitá-lo", disse a nota.


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