Paula Medeiros Paula Medeiros 12/11/2010

RED – Aposentados e Perigosos 

Cenas do filmeÉ fácil reconhecer um filme de ação pelos primeiros dez minutos. Certamente um tiroteio à moda hollywoodiana fará parte das cenas iniciais e muito provavelmente o mocinho enfrentará sozinho um exército muito bem treinado. Essa fórmula ainda é exaustivamente a aposta de grande parte dos diretores desse gênero e Robert Schwentke, diretor de RED – Aposentados e Perigosos não fugiu à receitinha básica.

A trama se desenvolve em torno do ex-agente da CIA, Frank Moses (Bruce Willis), que passa a ser alvo da inteligência, numa queima de arquivos. Esse evento causal é o ponto de partida para a guerra em que, nesses filmes, o mais fraco, pelo menos em quantidade, sempre vence.

Adaptação de uma curta história em quadrinhos, lançado entre 2003 e 2004, RED parece fugir do principal objetivo da HQ, que seria a reflexão sobre a violência. De reflexivo mesmo, o filme não tem nada. Todas as cenas, inclusive as piadas, são mastigadas, não deixando nenhum significado para o público apreender sozinho. Não é à toa que filmes assim, depois de um ou dois anos da estreia nas salas de cinema, passam a protagonizar o domingo à tarde na TV, cumprindo seu papel de um filme sem compromisso, cujo único objetivo é o espetáculo visual, proporcionado pelo alto investimento e pelo elenco estelar.

Elenco estelar mesmo. Nada mais, nada menos que Bruce Willis, Morgan Freeman, Helen Mirren, John Malkovich e Mary Louise Parker num mesmo filme. A única interpretação que vale um comentário é a de Malkovich que, com seu jeito excêntrico, consegue dar a "leveza" cômica exigida de seu papel.

Outro elemento explorado por Schwentke é a câmera lenta no meio de uma cena explosiva, característica muito marcada em Matrix. Além de ser um recurso já do século passado, parece que os diretores não se deram conta de que isso não é mais novidade. E mais, parece que o truque virou elemento obrigatório em produções de ação.

Marcado pela falta de lógica e por situações inverossímeis, que nem são grande problema nesses enlatados norte-americanos, RED deixou muito a desejar. Mas para quem gosta de um filme de ação sem muito conteúdo e não se importa com esses furos no roteiro, RED é um prato cheio.

Ficha técnica

RED – Retired Extremely Dangerous / RED – Aposentados e Perigosos
EUA, 2010 – 111 minutos
Ação / Comédia
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Jon Hoeber e Erich Hoeber
Elenco: Bruce Willis, Karl Urban, Morgan Freeman, Helen Mirren, John Malkovich, Mary-Louise Parker, Rebecca Pidgeon, Brian Cox, Ernest Borgnine, Julian McMahon



Paula Medeiros
é estudante de Comunicação Social com participação em Projetos Cinematográficos.

É fácil reconhecer um filme de ação pelos primeiros dez minutos. Certamente um tiroteio à moda hollywoodiana fará parte das cenas iniciais e muito provavelmente o mocinho enfrentará sozinho um exército muito bem treinado. Essa fórmula ainda é exaustivamente a aposta de grande parte dos diretores desse gênero e Robert Schwentke, diretor de RED – Aposentados e Perigosos não fugiu à receitinha básica.
A trama se desenvolve em torno do ex-agente da CIA, Frank Moses (Bruce Willis), que passa a ser alvo da inteligência, numa queima de arquivos. Esse evento causal é o ponto de partida para a guerra em que, nesses filmes, o mais fraco, pelo menos em quantidade, sempre vence.
    Adaptação de uma curta história em quadrinhos, lançado entre 2003 e 2004, RED parece fugir do principal objetivo da HQ, que seria a reflexão sobre a violência. De reflexivo mesmo, o filme não tem nada. Todas as cenas, inclusive as piadas, são mastigadas, não deixando nenhum significado para o público apreender sozinho. Não é à toa que filmes assim, depois de um ou dois anos da estréia nas salas de cinema, passam a protagonizar o domingo à tarde na TV, cumprindo seu papel de um filme sem compromisso, cujo único objetivo é o espetáculo visual, proporcionado pelo alto investimento e pelo elenco estelar.
    Elenco estelar mesmo. Nada mais, nada menos que Bruce Willis, Morgan Freeman, Helen Mirren, John Malkovich e Mary Louise Parker num mesmo filme. A única interpretação que vale um comentário é a de Malkovich que, com seu jeito excêntrico, consegue dar a “leveza” cômica exigida de seu papel.
    Outro elemento explorado por Schwentke é a câmera lenta no meio de uma cena explosiva, característica muito marcada em Matrix. Além de ser um recurso já do século passado, parece que os diretores não se deram conta de que isso não é mais novidade. E mais, parece que o truque virou elemento obrigatório em produções de ação.
    Marcado pela falta de lógica e por situações inverossímeis, que nem são grande problema nesses enlatados norte-americanos, RED deixou muito a desejar. Mas para quem gosta de um filme de ação sem muito conteúdo e não se importa com esses furos no roteiro, RED é um prato cheio.

Ficha técnica:

RED – Retired Extremely Dangerous / RED – Aposentados e Perigosos
EUA, 2010 – 111 minutos
Ação / Comédia
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Jon Hoeber e Erich Hoeber
Elenco: Bruce Willis, Karl Urban, Morgan Freeman, Helen Mirren, John Malkovich, Mary-Louise Parker, Rebecca Pidgeon, Brian Cox, Ernest Borgnine, Julian McMahon