Digam o que quiserem sobre Tom Cruise. Já vi críticas aos montes. Alguns tipos de crítica eu, particularmente, tenho enorme preguiça.
A vantagem de Tom é que ele entendeu rápido e muito bem, que no universo da cinematografia de massa, a pessoa tem que saber em que ela é boa e apostar naquilo. Tom Cruise sabe. E faz.
A função do ator no cinema, de uns bons anos pra cá, é abrir aquele sorriso deslumbrante para a câmera na primeira metade dos filmes, e ser o salvador da pátria na segunda.
Funciona.
Em “Top Gun: Maverick”, Tom retorna com o personagem de sucesso dos anos 1980, dessa vez como instrutor. Neste filme, ele se deparará com o filho do companheiro de voo, Goose, que morre no primeiro filme. No longa atual, o filho de Goose também se torna um piloto de elite, de apelido Rooster, e guarda uma profunda mágoa de Maverick.
O filme é um excelente trabalho de ação, com um roteiro que te prende e excita, mas é uma pena o quanto o cinema americano de massa insiste em ser ideológico.
A equipe que Maverick seleciona para uma missão quase impossível já começa a dar o recado.
Dos 6 selecionados, há uma mulher, um homem latino-americano, um homem negro, e três homens brancos.
Dos seis, dois homens brancos serão os principais responsáveis pelo sucesso da missão e, quando eles necessitam de ajuda, um sétimo personagem, também um homem branco – e loiro – resolve o problema. E é claro que esse personagem, a todo momento, deixa claro o quanto está disposto a fazer qualquer coisa que lhe mandem (em uma mensagem nem um pouco sutil para os jovens americanos).
O longa deixa subentendido que os EUA são os responsáveis por resolver os problemas do mundo – aquilo que eles acham que é um problema, frise-se.
Sobre os atores, o filme conta com o imenso talento de Miles Teller, e a graciosidade de Jennifer Connelly. Val Kilmer ali é de emocionar!
E, quanto a Tom Cruise e sua insistência em ser o galã jovial, bonitão e que gosta de mostrar que não tem medo de nada, a gente deixa. Funciona pra ele.