Farofa Carioca lança seu primeiro DVD, com exclusividade, em JF

Para Sérgio Granha, a vontade de dar o gostinho do novo trabalho aos juiz-foranos veio da familiaridade e hospitalidade da cidade

Nathália Carvalho
Repórter
10/1/2013
Farofa Carioca

"Indefinível". Foi assim que os grandes produtores musicais classificaram o som dos amigos de Santa Tereza, bairro do Rio de Janeiro. Para esclarecer melhor, é só dizer que é música popular brasileira, é pop arte. "Uma mistura de tudo o que a gente está acostumado a ver e escutar, um som que vem das ruas", explica o baixista e fundador da banda Farofa Carioca, Sérgio Granha. Em turnê pelo Brasil, o grupo escolheu justamente a cidade de Juiz de Fora para lançar, com exclusividade, seu primeiro DVD. O show será realizado nesta sexta-feira, 11 de janeiro, no Cultural Bar, às 23h.

O motivo da preferência? O baixista contou, em entrevista ao Portal ACESSA.com, que a banda irá se apresentar, oficialmente, no Rio de Janeiro, no dia 17 de janeiro. Contudo, a vontade de dedicar o gostinho do novo trabalho aos juiz-foranos, antes mesmo de sua terra natal, veio da familiaridade e hospitalidade da cidade. "Sempre nos sentimos muito à vontade em Juiz de Fora, principalmente por estar tão envolvida com a cultura e pelos estudantes, nosso grande público. Somos muito bem recebidos e esse é o momento de retribuição ao carinho dado ao longo desses 15 anos de trajetória", garante.

Durante a apresentação do DVD, Granha explica que serão apresentadas músicas antigas da banda, outras gravadas no exterior e ainda os trabalhos inéditos. "Percebemos que Juiz de Fora funciona como uma espécie de laboratório para nós. Mostramos nossos lançamentos aqui primeiro e sempre dá certo. Estamos com uma boa expectativa com relação à reação do público." Além disso, ele conta que o trabalho, gravado em 2010 no Circo Voador, casa de show da capital carioca, traz algumas regravações de composições dos anos 90.

Outra novidade contada pelo artista está relacionada ao resgate da realidade acústica reproduzida em 1997, ano em que o grupo começou a se apresentar pelas ruas do Rio. "Quando iniciamos nossa carreira, fazíamos um som mais acústico, com o som da percussão, trombone, flauta, violão e voz. Estamos mostrando para aqueles fãs que não tiveram a oportunidade de acompanhar, como era o Farofa daquela época, por meio de uma 'imagem ' sonora imprimida nesse DVD. É uma surpresa que estamos preparando para o público", diz. Além disso, o projeto conta com a participação especial do primeiro vocalista da banda, Seu Jorge, além do francês co-fundador Bertrand, o ex-vocalista Gabriel Moura e a cantora Elza Soares, "farofeira de primeira qualidade".

Farofa Carioca Farofa Carioca

A mistura da farofa

Além de Granha, o Farofa é formado pelo vocalista Mário Broder, Carlos Moura no trombone, Wellington Coelho e Sandro Márcio na percussão, além de Valmir Ribeiro no cavaquinho. A ideia de montar a banda surgiu a partir de um projeto de teatro da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), aberto à comunidade. "Começamos tocando no nosso bairro e, em pouco tempo, já estávamos sendo disputados pelas maiores gravadoras do país. Não tínhamos pretensão de que as coisas acontecessem tão rápido", conta.

Em 2001, o Seu Jorge deixou o grupo, que deu continuidade com Moura. Logo em seguida, Mário entrou com uma séria cobrança de como seria o novo cantor, em função da personalidade forte dos anteriores. "Seguimos fazendo nossa musicalidade, com a espontaneidade que vem do nosso próprio som, da nossa forma de levar a vida. O Mário acabou incorporando isso e hoje também é um dos compositores do Farofa." Nesse sentido, ele fala que os assuntos tratados nas músicas são questões sociais e de interesse do próprio grupo. "Não nos preocupamos com aquilo que as pessoas vão pensar. Tentamos passar nossa mensagem, independente da interpretação", diz.

Já no que diz respeito à relação do Farofa com a mídia, o baixista explica que, apesar de não emplacarem músicas em novelas e grandes programas da televisão, constantemente é notada a presença da banda em importantes eventos do Brasil, no que ele classifica como "mídia espontânea". Por último, Granha considera que, apesar do caráter "indefinível", o Farofa Carioca pode ser enquadrado como uma grande mistura de ritmos e de pessoas, de origens e culturas completamente diferentes. "Isso se reflete no nosso som, porque não é algo pensado e estudado. Temos a rapaziada do samba, do reggae, do rock, da gafieira. O Farofa é assim porque cada um tem seu estilo de tocar e de viver a vida, mas mantendo a mesma loucura de sempre."

Os textos são revisados por Juliana França

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