Cl?udio Ramos apresenta espet?culos de sucesso em JF Apesar de trabalhar com a com?dia, ator n?o se considera humorista. Para ele, o maior desafio ? apresentar um mon?logo

Patr?cia Rossini
* Colabora??o
13/2/2009

Com 21 anos de carreira no teatro, o ator Cl?udio Ramos, natural de Belo Horizonte, comemora o sucesso de tr?s pe?as na Campanha de Populariza??o do Teatro de Juiz de Fora. Os textos inscritos na campanha, Lugar de Mulher, Minha Sogra ? um Pitbull e Vel?rio ? Brasileira - todos de com?dia - refletem a familiaridade de Cl?udio com o g?nero.

"Na carreira profissional, acredito que 60% das pe?as em que atuei foram de com?dia. Tamb?m fiz drama e pe?as infantis, mas acho a com?dia fascinante, pois requer muita prepara??o e concentra??o", afirma.

No entanto, o ator n?o se considera um humorista. "O humorista ? aquele que tem o talento de fazer rir em qualquer situa??o, mesmo no improviso. Eu sou um ator que faz com?dia, n?o tenho a facilidade de um humorista. Gosto de trabalhar o personagem com profundidade, incorporar suas caracter?sticas psicol?gicas e fugir dos estere?tipos", justifica.

Sempre na estrada, apresentando as pe?as que dirige, escreve e atua, Cl?udio diz sentir um carinho especial por Juiz de Fora. "Minha fam?lia mora aqui, por isso passei muitas f?rias na cidade. Quando voltei, em 2007, optei por trabalhar meus textos com atores juizforanos e deu muito certo. Todas as pe?as que entraram em cartaz foram bem aceitas pelo p?blico."

Desafios do palco
Foto de espet?culo vel?rio ? brasileira

Para Cl?udio Ramos, o mon?logo ? um dos g?neros mais dif?ceis do teatro. "Quando voc? est? sozinho no palco, a aten??o do p?blico ? toda sua. N?o d? para esquecer o texto e nem improvisar demais. A prepara??o ? mais intensa, ? preciso trabalhar bastante a concentra??o e, principalmente, passar verdade. Se eu n?o consigo acreditar no personagem, a plateia tamb?m n?o vai conseguir."

Outro desafio apontado pelo ator ? a falta de incentivo - n?o o p?blico ou pol?tico, mas das casas de espet?culo e teatros particulares. "Em Juiz de Fora, ? caro alugar um teatro. Nem nas Campanhas de Populariza??o, quando os grupos cobram pre?os populares, os teatros oferecem boas condi?es. Com o custo alto, muitas pe?as boas n?o s?o apresentadas aqui. Infelizmente, a realidade ? bem diferente dos grandes centros", lamenta.

Populariza??o

Apesar do sucesso de suas tr?s pe?as na Campanha de Populariza??o, Ramos acredita que o teatro local passa por uma fase de pouca credibilidade perante o p?blico. "Percebi um esvaziamento muito grande na campanha desse ano. Em 2008, foram tr?s semanas e o p?blico pagante foi de 15 mil pessoas. Nesta ?ltima edi??o, a dura??o quase dobrou. Foram cinco semanas, mas percebemos um interesse bem menor da popula??o."

Segundo ele, o surgimento de muitos grupos de teatro contribui para o problema. "Cada hora, surge um novo grupo na cidade. Isso confunde o p?blico, que fica sem saber o que ? bom e o que n?o ?, e acaba generalizando quando n?o gosta de uma pe?a."

Planos para 2009

Com o fim da Campanha de Populariza??o do Teatro, Cl?udio Ramos vai dar continuidade ? montagem da obra Alfredo Virou a M?o, de Jo?o Bethencourt, que deve estrear em Juiz de Fora em junho ou julho deste ano. Al?m disso, Ramos vai ? Curitiba, no Paran?, apresentar o mon?logo Lugar de Mulher. A temporada paranaense est? agendada para mar?o, em comemora??o ao Dia Internacional da Mulher.

* Patr?cia Rossini ? estudante de Comunica??o Social da UFJF

Os textos s?o revisados por Madalena Fernandes