Sexta-feira, 3 de setembro de 2010, atualizada às 19h

Único cinema de Cataguases e região carece de reformas

Pablo Cordeiro
Repórter

Único cinema de Cataguases, o Edgard Cine-Teatro carece de reforma para continuar abarcando públicos da Zona da Mata. Construído em 7 de setembro de 1896, o estabelecimento, que abriga auditório e sala para exibição cinematográfica, não sinaliza apelo emergencial, mas nessa idade indica que todo cuidado é pouco.

A sala recebe pessoas de Leopoldina, Dona Euzébia, Astolfo Dutra, Santana de Cataguases e Miraí. O cinema mais próximo se localiza em Muriaé, a 80 km de distância, e Juiz de Fora, a 120 km. De acordo com o arquiteto Ulisses Lins, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-MG), além da diversão, parte da identidade daquela população reside na sala. "O cinema não está em péssimo estado, mas nunca sofreu uma grande reforma. O ambiente tem sua originalidade, mas ainda possui as poltronas de madeira e o equipamento não é moderno. Na parte baixa também é perceptível um cheiro de mofo, provavelmente de alguma infiltração", destaca.

A sala possui 960 lugares e apenas uma opção de filme pode ser exibida. Para a coordenadora da Secretaria de Cultura e Turismo de Cataguases, Zilmara Alves de Amorim, essa reforma está nos planos da Prefeitura, mas, com verbas reduzidas, não há possibilidades imediatas. "O sonho é adquirir o cinema, só que, no momento, não temos recurso para comprá-lo ou desapropriá-lo. Nós o alugamos e tentamos manter o cinema", define.

Boatos sem fundamento

Há algumas semanas, o Edgard Cine-Teatro foi alvo de boatos de que seria vendido e transformado num templo ou num supermercado. Lins garante, porém, que a notícia é falsa. "Nada foi confirmado e nem comunicado. Esse é um imóvel tombado, portanto, se tiver que ser vendido a preferência será da União." Zilmara também afirma que nenhuma oferta foi feita.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken