Crática Nanny McPhee e as Lições M?gicas

Por

Rafael Tavares 15/10/2010

Nanny McPhee e as Lições Mágicas(EUA – 2010 – Nanny Mcphee and the Big Bang)

C.S Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia, certa vez foi questionado por uma autora de livros infantis, que não obtivera sucesso com seu livro (onde um garoto tinha uma máquina que produzia tudo o que ele queria), sobre o gosto infantil. Lewis então escreveu um longo texto sobre como (e o que) escrever para crianças. Nele, o autor afirma que apesar da evolução tecnológica, os pequenos sempre vão querer ouvir, ler ou assistir histórias mágicas, de mundos encantados e maçãs envenenadas. O cientificamente explicado e criado não as interessa.

Assistir a segunda aventura da babá mágica Nanny McPhee no cinema é comprovar a teoria de Lewis. Sem exagero de efeitos e pirotecnias, Nanny Mcphee e as Lições Mágicas encanta pela espirituosidade e simplicidade de sua história.

Em meio a Segunda Grande Guerra, dois irmãos abastados são obrigados a sair de Londres e viver com seus primos no campo, numa casa simples, onde esses esperam ansiosamente o retorno de seu pai do campo de batalha. Por causa das brigas e mal criações, a babá feiosa interpretada por Emma Thompson é chamada para cuidar e reeducar essas crianças.

Até aí não há nada de muito novo no roteiro e, certamente, todos podem prever o final dessa narrativa. Mas, tratando-se de contos de fada, o mais importante é o como contar do que o que contar. E o roteiro escrito pela própria protagonista do filme, Emma Thompson, trata o espectador infantil com respeito e inteligência, fazendo de Nanny Mcphee e as Lições Mágicas um filme para divertir toda a família.

A participação de um elenco de peso, conhecido por grandes interpretações, dá ao filme força e delicadeza, assim como a Nanny Mcphee de Emma Thompson encanta e assusta ao mesmo tempo.
Resumidamente, Nanny Mcphee e as Lições Mágicas é um conto de fadas muito bem sucedido, por ser honesto e virtuoso.

Com uma trama madura, envolvendo temas que preconceituosamente atribuímos somente a histórias adultas, o filme ganha uma nova dimensão, deixando de ser entretenimento barato para crianças para tornar-se uma fonte de diversão cheia de virtude e magia, assim como o bom cinema deve ser.



Rafael Tavares é diretor, produtor e roteirista audiovisual, formado em Produção Audiovisual e pós-graduando em TV, Cinema e Mídias Digitais