Caetano Brasil recria ?Carinhoso?, cl?ssico de Pixinguinha

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Caetano Brasil recria ?Carinhoso?, cl?ssico de Pixinguinha

Após indicação ao Grammy Latino, o clarinetista, saxofonista e compositor juiz-forano Caetano Brasil volta não só às suas raízes como a de toda a música brasileira para buscar um olhar para o futuro. Previsto para 2022, “Pixinverso – Infinito Pixinguinha” será um disco focado em estreitar os laços entre o choro, o jazz contemporâneo e a world music, relendo composições que fazem parte da vida de milhões de pessoas. O primeiro single é uma recriação de “Carinhoso”, um dos maiores clássicos da música brasileira, e já está disponível em todas as plataformas de streaming.

Livremente inspirado na versão para piano solo de Radamés Gnattali do concerto “Pixinguinha 70”, o arranjo de Caetano para “Carinhoso” une o clássico ao caos e a inconstância do mundo contemporâneo. Inquieta e inconformada, esta recriação propõe um diálogo de nossos traços mais identitários com o mundo globalizado que tudo acessa com um click.

“Fazer compreender a melodia e que todo mundo entendesse do que se tratava logo de cara era minha intenção, mas, ao mesmo tempo, colocar quem ouve para pensar: ‘Carinhoso tá diferente…’. Cada vez mais venho assumindo uma estética que mistura minhas influências, que vão do impressionismo francês ao post-bop de Coltrane. Pra vocês verem: em alguns momentos desta música tocamos simultaneamente em tons diferentes – coisa que foi bem explorada na música moderna do século XX - e no final, criei especialmente para esta versão, uma sessão de improvisação em que nós quatro improvisamos juntos. Gravamos, como de costume com esta minha banda, todos tocando ao mesmo tempo, ouvindo uns aos outros e criando na hora. Adoro esta energia que esse ‘ao vivo’ proporciona”, conta Caetano Brasil.

                          

O projeto começou a ser gestado durante a produção de “Cartografias” (2019), segundo álbum do artista, quando ele chegou a gravar uma versão de “Um a Zero”. A música, lançada como single em dezembro de 2020, fez parte do repertório apresentado no Prêmio BDMG Instrumental e no Prêmio Nabor Pires Camargo, eventos nos quais Caetano foi eleito como Melhor Instrumentista e premiado em 1º lugar, respectivamente. Ver a sua versão única para algo tão clássico inspirou o músico a ir mais a fundo.

“Pixinguinha talvez seja o compositor – junto com o Jacob do Bandolim – que há mais tempo está de forma contínua no meu repertório. E tocar suas músicas – nas rodas ou nas salas de concerto – é sempre me deparar com a sua genialidade. Me encantar de brilhar o olho com passagens que duram menos de 2 segundos. Nunca acaba. E saber que nunca acaba, hoje com 11 anos de carreira e uma banda que toca junto há oito anos, me faz querer e poder explorar esse terreno com respeito e ousadia. Esse projeto já habita minha mente faz tempo e agora é hora de trazê-lo ao mundo”, conta Caetano.

O repertório do álbum  vai se dividir em músicas que fazem parte do cancioneiro popular como “Carinhoso” e “Rosa”, e faixas mais desconhecidas do grande público como, “Canção da Odalisca”. Produzida por Caetano, “Carinhoso” está disponível em todos os serviços de música digital.