Sábado, 28 de julho de 2018, atualizada às 10h35

Festival de Música Colonial e Antiga encerra com apresentação de ópera espanhola

Da redação
Foto: Enrico Vicinanza

A 29ª edição do Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga termina neste domingo, 29 de julho, no Cine-Theatro Central, com uma apresentação inédita da ópera zarzuela Vendado es Amor, no es Ciego, que será montada pela primeira vez em sua íntegra no Brasil.

A zarzuela é um gênero da ópera espanhola do século XVII, que, diferentemente da ópera, se caracteriza por mesclar instrumentos, vozes e declamações. A estreia nacional de Vendado es Amor, no es Ciego no festival é uma homenagem a seu autor, o compositor espanhol José de Nebra (1702-1768), cuja morte completa 250 anos em 2018. A direção artística é de Rosana Orsini, soprano brasileira que mora em Portugal, e a produção conta com nomes nacionais e internacionais de reconhecimento em suas áreas.

Com cenografia da italiana Giorgia Massetani – formada em Cenografia pela Accademia di Belle Arti di Firenze, na Itália, e especialista em Técnicas Plásticas para Cenografia Teatral e Estória de Espetáculo – Vendado es Amor, no es Ciego está sendo produzida exclusivamente para o festival realizado por Pró-reitoria de Cultura e Centro Cultural Pró-Música/UFJF. A diretora Rosana Orsini relata que, esteticamente, a produção foi inspirada nos pinturas do italiano Corrado Giaquinto, artista contemporâneo do compositor José de Nebra.

No elenco internacional estão o contratenor italiano Enrico Vicinanzae, a mezzo-soprano espanhola Nerea Berraondo e cantores brasileiros regidos pelo maestro Marco Brescia. A orquestra será dirigida pelo espanhol Roberto Santamaria e a direção cênica fica por conta de Henrique Passini.

Foto: Rosana Orsini Foto: Nerea Berraondo

A zarzuela surgiu na Espanha, no século XVII, e seu nome inspira-se no Palácio de La Zarzuela, o pavilhão de caça rodeado de amoreiras silvestres (as zarzas), próximo a Madri, onde foram realizadas as primeiras apresentações do estilo. O aragonês José de Nebra foi um renomado compositor desse gênero de obras musicais dramáticas na corte espanhola de Felipe V, mas poucas de suas obras do estilo sobreviveram. O que foi possível conhecer através do que restou preservado, contudo, permite avaliá-lo como um dos mais importantes compositores dramáticos da península ibérica na primeira metade do século XVIII.

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