Exposição reúne roupas inspiradas no pevãodo da Belle ?poque

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Exposição reúne roupas inspiradas no período da Belle ÉpoqueNa época, eram usados chapéus, plumas, rendas, laços, broches e volumes. Bordados, enfeites e acabamento são os símbolos de uma época extremamente feminina

Jorge Júnior
Repórter
21/10/2011

Saias rodadas, decotes de rendas, bordados, pérolas, plumas, laços, fitas e broches ganham formas em roupas e chapéus, que compõem a exposição inspirada na exuberância do período da Belle Époque. Época esta que foi marcada pela ostentação e pelos excessos. Exemplos dessas roupas e adornos podem ser conferidos em uma exposição, com dez peças, em cartaz até esta quinta-feira, 27 de outubro, na rua Halfeld 1,179, Centro.

Os trabalhos foram desenvolvidos por alunos do curso de Design de Moda de uma faculdade particular da cidade, dentro das disciplinas de planejamento de desenvolvimento de acessórios, moulage e modelagem de tecidos planos. "O processo de criação surgiu por meio de pesquisas em livros e em filmes. A partir dessa análise, os acadêmicos criaram os objetos com características semelhantes aos daqueles datados da Belle Époque", explica o professor do curso Luiz Fernando Ribeiro. Segundo ele, a criação durou três semanas.

O professor diz que como as roupas são inspiradas numa época que foi marco na história da Europa — que começou no final do século XIX (1871) e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914 — o desenho das vestimentas é considerado datado, ou seja, não pode ser mudado, por fazer parte de período chave. "Na época, eram usados chapéus, plumas, rendas, laços, broches e volumes. Bordados, enfeites e acabamento são os símbolos de uma época extremamente feminina."

De acordo com Ribeiro, a roupa rosa (foto acima), é bem próxima do filme Chéri que conta a história de uma cortesã aposentada, que mantém uma relação amorosa com Chéri, filho de sua rival, Madame Peloux. A roupa preta (ver galeria) retrata um pouco da tristeza da época, que mergulha na negritude. "As saias são criadas por meio de um tecido plano. A técnica utilizada para fazer os corpetes é a moulage, um processo que cria a roupa em cima do manequim, tornando, assim, a peça única e específica para o corpo de cada pessoa", diz. Segundo o especialista, com a técnica, as roupas têm um caimento melhor. "Isso mostra como o trabalho naquela época era sofisticado."

Para Ribeiro, a relevância da mostra para o público é conhecer as criações inspiradas na época. "O maior destaque é conhecer a reprodução de um acervo. Na verdade, a exposição serve para analisar como, atualmente, as pessoas usam os elementos, que já foram usados em uma época. É uma releitura, a fim de mostrar como os hábitos de anos atrás estão presentes no nosso dia a dia."

Evolução

O destaque da mostra são os chapéus. Ribeiro explica que, na Belle Époque, existiam cerca de 300 maisons que trabalhavam com o acessório. Atualmente, em Paris, só tem há uma casa especializada. No Brasil, segundo ele, as mulheres ainda têm preconceito com o acessório, porém depois do casamento do príncipe William e de Kate Middleton, em abril deste ano, o preconceito vem sendo quebrado. "O chapéu não é só uma questão de beleza. Ele também é uma peça essencial para proteger as pessoas, ainda mais que vivemos em um país tropical", avalia.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken