Saber ser rico

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Saber ser rico
Dom Gil 21/10/2015

Saber ser rico

Há ricos que são pobres e pobres que são ricos. A diferença está na alma e não no corpo e nem nas contas bancárias. Riqueza é um conceito bastante sutil. Os que são materialistas e pensam rasteiramente consideram ricos apenas os que mais possuem bens e acumulam dinheiro. Esta é a riqueza que as traças comem e a ação do tempo corrói. A morte põe sobre estas pessoas e suas propriedades uma pá de cal.

Há, contudo, pobres que são ricos de alma e têm suas vidas impregnadas de riquezas imateriais. Esses levam para além do túmulo valores que perduram para a eternidade e se perpetuam nas pessoas que deles se beneficiaram. Felizes os que têm um coração de pobre, porque deles é o reino dos Céus (Mt 5, 3), afirmou Jesus.

Há também ricos de bens materiais, que se deixam invadir pelos sentimentos nobres do cristianismo e que se fazem pobres para utilizar seus bens para praticar o amor, a justiça e dar alívio aos que sofrem. Entre tantos da história cristã, destaca-se, na idade média, a figura de Edwiges, a Rainha que se santificou pela sua caridade, pela capacidade de socializar seus bens e tirar grande número de pessoas da indigência. Nasceu em 1174, na região da Baviera (Alemanha), casou-se com o príncipe Henrique da Silésia (hoje território polonês) e teve sete filhos. Depois de viúva, se consagrou inteiramente a Deus no convento de Trebnitz, Polônia, onde sua filha Gertrudes era Superiora, a quem passou a obedecer. Viveu na pobreza, sendo senhora de grandes posses, tudo utilizando para benefício dos outros. Construiu casas para os pobres, asilos, hospitais, centros de recuperação, conventos, igrejas e ofereceu grandes somas de suas posses para pagar dívidas de pessoas que não tinham como saudar seus compromissos, inclusive tirando da cadeia muitos condenados por este motivo.

Viveu para Deus e para o próximo, na oração, na penitência, na caridade. De altíssima vida mística, manteve sempre grande devoção à Eucaristia, nunca perdendo missa nos dias de preceito, divulgando com denodo a espiritualidade da santidade dominical.

Eis a razão pela qual Jesus elogiou os que não se deixam enganar pela ilusão das riquezas materiais, exclamando: Como é difícil para os que se apegam às riquezas entrar no reino dos céus! (Mc 10, 23).

As riquezas, quando geram apego e materialismo, podem ser causa de ruína e condenação; mas o uso delas para o altruísmo, a caridade, a bondade, a misericórdia pode salvar almas e levar para o céu aqueles que delas souberem utilizar de forma não egoísta.

A estes, o Senhor afirmara: Ajuntai tesouros no céu, onde a traça e nem a ferrugem consomem, e nem os ladrões não minam e nem roubam (Mt 6, 20).

Edwiges faleceu a 15 de outubro de 1243. Foi logo venerada como santa. Canonizada poucos anos depois, pelo Papa Clemente IV, foi sempre invocada como Padroeira dos Pobres e dos Endividados. Sua festa litúrgica foi fixada para o dia 16 de outubro de cada ano.

A vida desta rainha que se fez voluntariamente serva dos pobres e sofredores é mais um sinal de Deus colocado no coração dos homens e das mulheres; a capacidade de não se deixarem sucumbir pela ilusão das riquezas materiais e salvar os de coração nobre e iluminados pela sua Palavra.

  • A Palavra de Deus Revelada e Explicada
  • Há ricos que são pobres e pobres que são ricos. A diferença está na alma e não no corpo e nem nas contas bancárias. Riqueza é um conceito bastante sutil. Os que são materialistas e pensam rasteiramente consideram ricos apenas os que mais possuem bens e acumulam dinheiro. Esta é a riqueza que as traças comem e a ação do tempo corrói. A morte põe sobre estas pessoas e suas propriedades uma pá de cal.

    Há, contudo, pobres que são ricos de alma e têm suas vidas impregnadas de riquezas imateriais. Esses levam para além do túmulo valores que perduram para a eternidade e se perpetuam nas pessoas que deles se beneficiaram. Felizes os que têm um coração de pobre, porque deles é o reino dos Céus (Mt 5, 3), afirmou Jesus.

    Há também ricos de bens materiais, que se deixam invadir pelos sentimentos nobres do cristianismo e que se fazem pobres para utilizar seus bens para praticar o amor, a justiça e dar alívio aos que sofrem. Entre tantos da história cristã, destaca-se, na idade média, a figura de Edwiges, a Rainha que se santificou pela sua caridade, pela capacidade de socializar seus bens e tirar grande número de pessoas da indigência. Nasceu em 1174, na região da Baviera (Alemanha), casou-se com o príncipe Henrique da Silésia (hoje território polonês) e teve sete filhos. Depois de viúva, se consagrou inteiramente a Deus no convento de Trebnitz, Polônia, onde sua filha Gertrudes era Superiora, a quem passou a obedecer. Viveu na pobreza, sendo senhora de grandes posses, tudo utilizando para benefício dos outros. Construiu casas para os pobres, asilos, hospitais, centros de recuperação, conventos, igrejas e ofereceu grandes somas de suas posses para pagar dívidas de pessoas que não tinham como saudar seus compromissos, inclusive tirando da cadeia muitos condenados por este motivo.

    Viveu para Deus e para o próximo, na oração, na penitência, na caridade. De altíssima vida mística, manteve sempre grande devoção à Eucaristia, nunca perdendo missa nos dias de preceito, divulgando com denodo a espiritualidade da santidade dominical.

    Eis a razão pela qual Jesus elogiou os que não se deixam enganar pela ilusão das riquezas materiais, exclamando: Como é difícil para os que se apegam às riquezas entrar no reino dos céus! (Mc 10, 23).

    As riquezas, quando geram apego e materialismo, podem ser causa de ruína e condenação; mas o uso delas para o altruísmo, a caridade, a bondade, a misericórdia pode salvar almas e levar para o céu aqueles que delas souberem utilizar de forma não egoísta.

    A estes, o Senhor afirmara: Ajuntai tesouros no céu, onde a traça e nem a ferrugem consomem, e nem os ladrões não minam e nem roubam (Mt 6, 20).

    Edwiges faleceu a 15 de outubro de 1243. Foi logo venerada como santa. Canonizada poucos anos depois, pelo Papa Clemente IV, foi sempre invocada como Padroeira dos Pobres e dos Endividados. Sua festa litúrgica foi fixada para o dia 16 de outubro de cada ano.

    A vida desta rainha que se fez voluntariamente serva dos pobres e sofredores é mais um sinal de Deus colocado no coração dos homens e das mulheres; a capacidade de não se deixarem sucumbir pela ilusão das riquezas materiais e salvar os de coração nobre e iluminados pela sua Palavra.



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