No mês em que completa cem anos de fundação, o Museu Mariano Procópio lança uma sequência especial da websérie “A Peça da Semana”. A ideia é, nas quatro segundas-feiras de junho, apresentar itens que ajudam a contar a história do primeiro museu de Minas Gerais, considerado um dos mais importantes do Brasil, que é gerido pela Prefeitura de Juiz de Fora. A estreia acontece nesta segunda-feira, 7, com o projeto de construção do núcleo inicial do “Prédio Mariano Procópio”, uma das duas construções históricas do museu. Datado de 1921, o documento tem 61,5 cm de altura e 90,5 cm de largura e faz parte do Arquivo Histórico da instituição. Fotos do projeto podem ser conferidas no Instagram @museumarianoprocopio e no Facebook.

Alfredo Ferreira Lage inaugurou o museu no dia 23 de junho de 1921, em comemoração ao centenário de nascimento do seu pai, Mariano Procópio. A historiadora da Fundação Mariano Procópio, Priscila Pinheiro conta que, naquele momento, o equipamento cultural era formado somente pela Villa, que havia sido residência de veraneio da família Ferreira Lage. Também conhecida como “Castelinho”, a Villa foi construída na década de 1860, no contexto de inauguração da Estrada União e Indústria, que ligava Juiz de Fora a Petrópolis.

Entretanto, para melhor abrigar e expor suas coleções, Alfredo planejou a construção de um novo prédio. Conforme Priscila, diferentemente da Villa, residência da família que se tornou museu, a nova edificação foi pensada com uma função específica: a de ser um espaço museológico. Esse fato é significativo, pois, até onde se sabe, esse foi o primeiro prédio erguido no país com o objetivo de abrigar um museu. A Galeria de Belas Artes do Museu Mariano Procópio, construída pela firma Jacob e Jorge Kneipp, foi solenemente inaugurada em maio de 1922. Na época, a revista Fon-Fon publicou fotos do evento e “das novas galerias que foram construídas por desenho do professor Bernardelli”, referência a Rodolpho Bernardelli, renomado artista com quem Alfredo manteve contato.

O prédio retangular alongado seguia os moldes das galerias europeias. É caracterizado por um amplo espaço, pela claraboia e lanternim - responsáveis pela passagem de luz natural e ventilação. “O projeto de construção do novo prédio mostra que o edifício foi concebido no mesmo estilo que a Villa, como se a completasse. A semelhança entre as fachadas dos dois edifícios, que foram ligados através de um passadiço, é notável”, destaca a historiadora.

O projeto arquivado no museu, apresentado essa semana, foi assinado pelo engenheiro arquiteto Gustavo Tonagel, em fevereiro de 1921. Ou seja: antes mesmo da inauguração oficial do Museu Mariano Procópio, Alfredo Lage já planejava a construção do novo espaço, projetado para receber as coleções que não paravam de crescer. Em 1944, ano do falecimento do fundador do museu, o projeto de construção do prédio encontrava-se exposto no primeiro andar do “Castelinho”.

A Galeria de Belas Artes recebeu o nome de “Maria Amália”, em homenagem à matriarca da família Lage. A edificação inicial, inaugurada em 1922, foi ampliada nas décadas de 1930 e 1980. Atualmente, é chamada de “Prédio Mariano Procópio” ou “Anexo”.

Com informações da PJF

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