O futuro da MTV no Brasil

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O futuro da MTV no Brasil
Ana Paula Ladeira 16/09/2013

O futuro da MTV no Brasil

Em meio a rumores de que sairia do ar, o canal entra em uma nova fase já na primeira semana de outubro

No próximo mês, a MTV Brasil completará 23 anos de existência no país. Lançada em outubro de 1990 pelo Grupo Abril, a emissora aberta foi, ao longo destes anos, uma importante plataforma de divulgação da música jovem brasileira e estrangeira, referência especialmente para jovens das gerações 80 e 90. Nos últimos meses, no entanto, a notícia de que a emissora sairia do ar ganhou fôlego com a demissão de vj's e funcionários, dando a entender que os brasileiros perderiam o canal de música.

Embora o contrato de licenciamento da MTV pelo Grupo Abril tivesse validade até 2018, recentemente o conglomerado de mídia brasileiro devolveu ao grupo norte-americano Viacom o licenciamento da marca MTV. Com isso, o Grupo Viacom - que também possui os canais Nickelodeon e VH1-, assume em outubro as transmissões da MTV e já anunciou que o canal de músicas estará disponível somente pela TV paga. Além disso, haverá uma mudança de nome do canal, que se chamará somente "MTV", sem carregar o nome do país.

O espaço mantido na TV aberta pelo Grupo Abril também sofrerá mudanças. Já se sabe que o grupo pretende vender o canal de radiodifusão através do qual transmite a programação da MTV Brasil. Mas enquanto esta venda não ocorre, transmitirá conteúdo informativo e cultural. A informação, divulgada pelo Grupo para a revista Tela Viva, leva a crer que serão aproveitadas produções de outros canais do mesmo grupo, especialmente dos canais já extintos FizTV e Ideal, ou do canal BRZ. Este canal serviria, então, como uma solução temporária para evitar a perda da concessão que o Grupo possui e a rede de transmissoras e retransmissoras do sinal da MTV Brasil.

Em meio a estas novidades, supõe-se que o conteúdo nacional ainda fará parte da grade de programação da MTV, inclusive para atender às exigências da Nova Lei do Audiovisual, que estabelece uma cota mínima de programação brasileira na TV Paga. Isto incluiria, é claro, videoclipes nacionais, realities, esportes e séries de animação.


Ana Paula Silva é Jornalista pela Universidade Federal de Juiz de Fora e Doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisa assuntos relacionados especialmente à TV.