Quarta-feira, 6 de outubro de 2010, atualizada às 18h

Minas Gerais tem 133 pontos de risco de exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais

Daniele Gruppi
Repórter

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontou 133 pontos onde pode ocorrer exploração sexual de crianças e adolescentes nas rodovias federais do Estado de Minas Gerais, sendo um ponto a cada 45,9 quilômetros. Os dados integram a quarta edição do Mapeamento de Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Federais 2009/2010, divulgado nesta quarta-feira, 6 de outubro. Em todo o pais, foram identificados 1.820 pontos vulneráveis à prostituição infantil.

Além do mapeamento, foi feita uma classificação de níveis de risco em cada ponto. Os agentes preencheram um questionário com informações de todos os locais visitados e identificaram o grau de risco (baixo, médio, alto e crítico). Em Minas, foram encontrados 66 pontos críticos, 43 de risco alto, 22 médio e dois baixo.

De acordo com a pesquisa, a maioria dos pontos das rodovias está próximo à Zona Rural, sendo 77 nessas áreas e 56 no perímetro urbano. Nas duas rodovias que cruzam Juiz de Fora, BR-040 e BR-267, foram localizados 50 e 32 pontos, respectivamente. Segundo o inspetor da PRF de Juiz de Fora, Wallace Wischanski, motéis, postos de gasolina, bares e estabelecimentos comerciais são considerados locais vulneráveis. "Embora haja pontos favoráveis à exploração sexual, não quer dizer que ela exista", ressalta.

Wischanski afirma ainda que os policiais fiscalizam constante ao longo dos trechos rodoviários. "Abordar e fiscalizar fazem parte da rotina." O inspetor destaca que este ano não foi detectado nenhum crime praticado contra menores nas rodovias federais da região. 

Indicadores de risco
Entre os indicadores de risco estão a existência de prostituição de adultos; de registros policiais de exploração de menores, de tráfico ou consumo de drogas; presença constante de crianças e adolescentes; passagem de caminhoneiros; iluminação e venda de bebida alcoólica. Conforme o levantamento, a exploração sexual de crianças e adolescentes está quase sempre associada a outros crimes, como furto, prostituição, tráfico de seres humanos e venda de drogas.

 

Os textos são revisados por Thaísa Hosken.