SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Caminhoneiros dizem que estão enfrentando gargalos na burocracia para acessar o auxílio liberado pelo governo e que a dificuldade pode prejudicar o humor de motoristas com Bolsonaro às vésperas da eleição.
José Roberto Stringasci, da ANTB (associação de motoristas), afirma que os caminhos para o cadastramento ainda estão confusos.
"Isso vai dar uma dor de cabeça para o presidente. Vai ser um tiro no pé se foi feito para a categoria apoiar [a reeleição]. Provavelmente, esses que não vão conseguir pegar o auxílio vão ficar revoltados", disse.
A queixa acontece depois do pente-fino feito pelo Ministério do Trabalho com o Dataprev, que reduziu de 848 mil para 190 mil o número de caminhoneiros que receberiam o benefício de R$ 1.000 por mês até dezembro.
Pelas regras, os caminhoneiros que poderão receber são os que estavam em situação ativa no RNTR-C (Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas) até 31 de maio, com o CPF regularizado na Receita, desde que não tenham algum tipo de aposentadoria ou pensão.
A ANTT (agência que regula os transportes terrestres), responsável por informar ao governo quem vai receber o dinheiro, comunicou que existem 848 mil transportadores com o RNTR-C ativo até o fim de maio. Após a filtragem dos dados com o Dataprev, porém, a maior parte desses registros foi considerada suspensa ou pendente por algum tipo de irregularidade.
Os 190 mil profissionais regularizados já estão recebendo o dinheiro.
De acordo com o Ministério do Trabalho, o governo está refazendo as análises conforme os caminhoneiros vão regularizando seus cadastros na ANTT ou algum outro órgão indicado no Portal Emprega Brasil e no aplicativo Carteira de Trabalho Digital. Segundo o órgão, o dinheiro será liberado nas próximas semanas para quem resolver as pendências.
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