SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os preços de imóveis no Brasil devem continuar em alta, puxados pelos custos da construção acima da inflação no país. A previsão, da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), foi divulgada nesta segunda (15).
O estudo "Indicadores Imobiliários Nacionais do 2º trimestre de 2022", feito em parceria com o Senai Nacional e a Brain Inteligência Estratégica, projeta que, mesmo com a queda na renda das famílias e a elevação dos preços, a demanda vai seguir aquecida.
Para Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica, 2022 será o segundo melhor ano do setor, atrás somente de 2021.
"O mercado imobiliário mostra sua maturidade", afirma José Carlos Martins, presidente da Cbic. Ele prevê aumento no uso do FGTS (fundo de garantia) para a concessão de crédito imobiliário, atendendo a uma demanda que resiste à queda na renda.
Martins afirma que a Cbic tem procurado os candidatos à Presidência da República para defender a proposta de abater parte dos juros do financiamento da casa própria no Imposto de Renda.
A medida, adotada nos Estados Unidos, seria uma forma de ampliar os números do financiamento, afirma ele.
A concessão de crédito pelo SBPE (principal facilitador habitacional do país) deve cair 12% em 2022, em relação ao ano passado, enquanto pelo FGTS deve ter aumento de 31%, segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
Para a Cbic, os números mostram que a atividade está mais aquecida do que as projeções do mercado no início deste ano.
A pesquisa analisou dados de 197 municípios, sendo 26 capitais, de todas as regiões do país. Algumas cidades foram avaliadas individualmente ou dentro das respectivas regiões metropolitanas.
CASA VERDE E AMARELA
Os números referentes aos imóveis do Casa Verde e Amarela caíram consideravelmente no 2º trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados da Cbic, houve queda de 36,5% nos lançamentos, 14,6% nas vendas e 15,1% na oferta final.
Para a Cbic, os dados são reflexo de um temor dos empresários com o baixo poder de compra da população e os altos custos da construção. No segundo trimestre deste ano, 36% dos imóveis lançados atendiam ao Casa Verde e Amarela --no mesmo período de 2021, foram 48% do total de unidade lançadas.
A previsão de Martins, no entanto, é de que haja aumento dos contratos nos últimos meses do ano, com números próximos aos do ano passado.
A expectativa se baseia nas novas regras do programa federal de habitação. O segmento mostra recuperação desde junho, quando a ampliação do prazo de financiamento e de renda do Casa Verde e Amarela começaram a se concretizar.
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