SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um dos quadros roubados ?e já recuperados, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro? num dos mais impressionantes escândalos da arte nacional recentes é também um dos mais conhecidos Tarsila do Amaral. É "Sol Poente", de 1929, pertencente ao período mais importante da produção da artista, compreendido entre 1923 e 1933.

A pintura aparece em vídeos de uma operação deflagrada por agentes da DEAPTI (Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade) nesta quarta (10), no Rio de Janeiro. A delegacia prendeu pela manhã uma mulher suspeita de roubar mais de R$ 720 milhões em obras de arte da própria mãe, uma idosa de 82 anos que teria sido mantida em cárcere privada por cerca de um ano.

Embora a Polícia Civil ainda não tenha confirmado nomes da suspeita e da vítima, as obras pertencem a uma das coleções privadas mais renomadas do país, de Jean Boghici, morto em 2015. Há exatos dez anos, parte dela foi destruída em um incêndio que atingiu a sua cobertura duplex em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Além de "Sol Poente" ?tão icônico chegou a estampar um quebra-cabeça da marca Estrela?, também estão na lista das obras roubadas pela filha e revendidas a galerias outros 15 quadros.

Dois dos títulos foram comprados no ano passado por Eduardo Costantini, fundador do Malba (Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires), para a sua coleção privada. São elas "Elevador Social", de Rubens Gerchman, de 1966, e "Maquete para o Menú Espelho", de Antonio Dias, de 1964.

Em nota, o colecionador afirma que a compra foi devidamente registrada, intermediada pelo galerista paulistano Ricardo Camargo. Os valores das obras não foram revelados.


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