SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma pesquisa da ONG Oxfam em conjunto com o Datafolha indica que a parcela da população que apoia aumentar os impostos sobre pessoas muito ricas para financiar políticas sociais só aumenta, mas que as propostas nesse sentido não avançam no Congresso.

Chamado de "Nós e as desigualdades", o levantamento mostra que 85% dos brasileiros aprova que os super-ricos paguem mais taxas para bancar políticas de educação, saúde e moradia para os mais pobres ?um crescimento de 14 pontos percentuais na comparação com a primeira edição da pesquisa, de 2017, quando apenas 71% aprovavam a medida.

A pesquisa mostra ainda que 94% apoiam que o imposto pago seja usado para beneficiar, principalmente, educação, moradia e saúde dos mais pobres, e que 96% acreditam que é obrigação dos governos garantir recursos para programas de transferência de renda e de assistência social, principalmente para quem mais precisa.

"Os dados mostram a manutenção do consistente apoio a uma reforma tributária justa e solidária, que acabe com a regressividade do nosso sistema fiscal", diz o relatório da pesquisa.

Propostas estão paradas no Congresso. Apesar do apoio popular crescente, a reforma tributária está estacionada no Congresso. A proposta para mudar o Imposto de Renda, apresentada em junho de 2021, foi aprovada pela Câmara em 2021 após inúmeras mudanças, e ainda não foi apreciada pelo Senado.

Já a PEC de simplificação de impostos sobre o consumo ainda nem passou pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Ela chegou a ser pautada em abril e maio deste ano, mas não foi apreciada.

A pesquisa foi feita com 2.564 entrevistas presenciais entre 8 e 15 de março deste ano. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.


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