SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar dos esforços do governo de Jair Bolsonaro (PL) para conquistar votos dos eleitores mais pobres, por meio do aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 às vésperas das eleições, 55% dos eleitores que recebem o benefício afirmam que a situação econômica do país piorou nos últimos meses, segundo pesquisa Datafolha feita de 20 a 22 de setembro.

Mais vulneráveis às altas acumuladas de preços de alimentos e do custo de vida, nesse grupo apenas 21% dizem ter percebido uma melhora do país, e 23% não notaram mudanças.

O instituto ouviu 6.754 eleitores com mais de anos, em 343 municípios de todas as regiões do país. Para o grupo de beneficiários do Auxílio Brasil, a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Quando avaliam sua situação econômica individual, 46% dos cadastrados no programa também enxergam uma piora, ante os 31% que dizem não ter notado mudanças e os 23% que comemoram uma melhora.

Além disso, o instituto também mediu que 54% dos que recebem o benefício dizem acreditar que a vida ficará melhor, caso o líder nas pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), retorne à Presidência da República.

O dado da pesquisa Datafolha também aponta que 20% dos beneficiários não esperam mudanças com o retorno do petista, e outros 20% imaginam que tudo piore.

Entre os que não fazem parte do programa, 40% esperam uma melhora com a volta do petista; 30%, uma piora; 24,5%, que tudo fique como antes.

No caso de um eventual novo mandato de Bolsonaro, apenas 17% dos beneficiários esperam uma melhora, 36% dizem que a vida deve ficar igual, e 43% esperam que as coisas piorem.

Quando considerados todos os entrevistados, inscritos ou não no programa de transferência de renda, a perspectiva de um terceiro mandato de Lula é recebida com otimismo por 43,5%, enquanto 23,5% responderam que tudo deve ficar como está e 27% têm a avaliação de que deve ficar pior.

Para Bolsonaro, 21% afirmam que a vida irá melhorar, 36% não esperam mudanças e 39% veem mais quatro anos do presidente com pessimismo.

Desde novembro passado, quando substituiu o Bolsa Família --marca dos governos petistas-- pelo novo programa, o governo tenta ganhar terreno entre o eleitorado de menor renda.

No fim de julho, a Folha de S.Paulo mostrou que 350 mil famílias entram, em média, na fila do Auxílio Brasil por mês, um aumento em relação a 2019, quando eram 200 mil. Para especialistas, é um reflexo do aumento da pobreza e de interesse dos brasileiros de menor renda que receberam o auxílio emergencial durante a pandemia.

Mesmo com o aumento do benefício para R$ 600, apenas 5 das 17 capitais analisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) tinham cesta básica abaixo do valor do benefício.

As cinco ficam no Nordeste: Recife (R$ 598,14), Natal (R$ 580,74), Salvador (R$ 576,93), João Pessoa (R$ 568,21) e Aracaju (R$ 539,57).


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