RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Cosan, empresa controlada pelo empresário Rubens Ometto, anunciou nesta sexta-feira (7) a compra de 4,9% do capital da Vale, segunda maior empresa brasileira. Em nota, a companhia informou ainda que pretende ampliar sua participação na mineradora.

"Esse movimento é mais um passo na jornada de diversificação de portfólio da companhia, investindo em ativos irreplicáveis nos setores em que o Brasil tem clara vantagem competitiva", afirmou a Cosan, em comunicado ao mercado.

A empresa não detalhou o valor da operação, dizendo apenas que será financiada por linhas de crédito que incluem a emissão privada de notas comerciais e um financiamento atrelado a instrumentos derivativos.

A Vale é hoje uma corporação sem controlador. Seus maiores acionistas são o fundo de pensão Previ, com 8,61%, a Capital World Investors (6,69%), a BlackRock (6,33%) e a Mitsui (5,99%). Com a aquisição anunciada nesta sexta, a Cosan torna-se o quinto maior acionista da empresa.

Após duas tragédias com rompimentos de barragens em Minas Gerais, a Vale se recuperou com a alta do preço do minério de ferro e registrou em 2021 o maior lucro da história das companhias brasileiras, de R$ 121 bilhões.

O grupo de Rubens Ometto nasceu no agronegócio, com a produção de cana-de-açúcar, e hoje tem operações em petróleo e gás, transportes, energias renováveis e créditos de carbono. É dono ou sócio das marcas Raízen, Rumo e Compass, entre outras.

A Compass, que controla a distribuidora de gás canalizado Comgás, teve grande crescimento no último ano com a compra da distribuidora gaúcha Sulgás e da Gaspetro, subsidiária da Petrobras com participação em 19 outras distribuidoras pelo país.

Essa operação gerou grande questionamento no mercado pelo poder de negociação que dará à compradora: caso fique com todas as participações, ela controlaria dois terços das compras de gás natural do país. Algumas delas, porém, serão vendidas.

No comunicado distribuído nesta sexta, a Cosan afirmou que vai ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) buscar aprovação para ampliar sua fatia na Vale para além dos 4,9% já adquiridos.

O controlador da companhia, Rubens Ometto, destacou-se nos últimos anos como o maior doador de campanhas eleitorais no Brasil. Foi assim em 2018, quando colocou R$ 7,5 milhões, e é assim em 2022, já com R$ 5,7 milhões investidos em candidatos.


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