SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Facebook informou que o projeto Instant Articles será encerrado em abril de 2023. Lançado no Brasil em dezembro de 2015, o recurso permite a publicação de conteúdos em formato de carregamento mais rápido pelo celular e dentro do aplicativo.
Segundo a Meta, empresa que controla o Facebook, até lá o produto permanecerá disponível apenas para os sites que já utilizam, com suporte limitado, e novas páginas não serão aceitas.
Hoje, quando um usuário clica num artigo IA (marcado com um raio azul no post), o carregamento da página ocorre dentro da rede social, de forma mais rápida.
Com o fim da tecnologia, o clique vai direcionar o leitor diretamente para o site mobile, como já ocorre na navegação fora do app e equivalente ao uso no desktop.
Quando foi lançado, o Instant Articles (aberto para qualquer tipo de site) enfrentou resistência dos jornais e sites noticiosos por não permitir a monetização de conteúdos via paywall (muro de pagamento). No paywall, é exibida uma tela que pede assinatura (ou login do assinante), sendo ele uma das principais formas de os jornais serem remunerados pelo que produzem.
O Instant Articles foi uma reação à criação do formato AMP (Accelerated Mobile Pages) pelo Google, meses antes. Nele, páginas mais leves de sites que adotam a versão especial são ofertadas aos usuários que fazem buscas pelo celular. Diferentemente do IA, o AMP carrega uma página original do site e, desde o início, permitiu o uso de paywall.
No caso do IA, foram quase três anos até os primeiros testes com o muro de pagamento, e três anos e meio até a oferta do modelo de assinaturas para veículos brasileiros. Em janeiro de 2022, o paywall em Instant Articles foi descontinuado.
O fim do IA ocorre na esteira de outro anúncio da Meta que afeta bastante o jornalismo e nem sequer chegou ao Brasil. Em julho deste ano, foi extinto nos Estados Unidos o "News Tab" (feed de notícias, em tradução livre). Veículos americanos que postavam na timeline especial tinham contratos de remuneração.
Em nota, à época, a empresa se manifestou com a mesma posição de agora: "Atualmente, menos de 3% do que as pessoas veem no Feed do Facebook no mundo são publicações com links para artigos de notícias. Como já mencionamos no início do ano, do ponto de vista dos negócios, não faz sentido dedicar muito investimento em áreas que não estão alinhadas com as preferências dos usuários."
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!