SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanece à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL) em intenções de voto entre pessoas beneficiadas pelo Auxílio Brasil, tendo ampliado sua vantagem nesse grupo, de acordo com pesquisa Datafolha mais recente.
Dizem que irão votar no petista neste segundo turno 61% dos entrevistados que recebem ou moram com alguém que é beneficiário do programa de transferência de renda. No primeiro levantamento feito após o primeiro turno, eram 56%, número que passou para 62% na semana seguinte e voltou a 56% na semana passada.
A intenção de votos no atual mandatário passou de 37% no começo de outubro para 33% e 40% nas duas semanas seguintes. Agora, está em 34%.
Os eleitores beneficiados pelo auxílio representam 24% dos entrevistados nesta pesquisa. A margem de erro é de quatro pontos percentuais neste público.
Em votos válidos, Lula passou de 58% na semana passada para 64% no levantamento mais recente. Bolsonaro foi de 42% para 36%.
A pesquisa mostra que Lula ampliou a vantagem entre os mais pobres, após a Folha de S.Paulo revelar na semana passada plano do ministro Paulo Guedes (Economia) de deixar de corrigir o salário mínimo e aposentadorias pela inflação passada.
A distância do petista para o atual mandatário cresceu de 20 para 28 pontos percentuais entre os eleitores com renda familiar de até dois salários mínimos (R$ 2.424), variação acima da margem de erro de dois pontos, para mais ou para menos, nesse grupo. No Brasil, 48% do eleitorado ganha até dois salários mínimos.
Entre beneficiados pelo Auxílio, a distância começou em 19 pontos na primeira pesquisa após o primeiro turno, subiu para 29 pontos na segunda rodada, 16 pontos na terceira e está agora em 27 pontos.
Segundo o Datafolha, entre pessoas não beneficiadas pelo Auxílio, Bolsonaro está numericamente à frente (48%) de Lula (45%). Na semana anterior, os dois estavam com, respectivamente, 47% e 46%. Em votos válidos, estão agora com 51% e 49%, respectivamente.
Entre os eleitores de famílias que estão no programa, 58% responderam que "com certeza" votarão em Lula, ante 53% uma semana antes. Para Bolsonaro, o percentual de certeza passou de 37% para 33%.
O Datafolha ouviu 4.580 pessoas em 252 municípios entre terça (25) e esta quinta-feira (27). A pesquisa foi encomendada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo e está registrada sob o código BR-04208/2022 no Tribunal Superior Eleitoral. A margem de erro geral do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. O índice de confiança é de 95%.
A pesquisa fotografa esta etapa da corrida eleitoral e não necessariamente prediz a votação que eles terão no dia 30, quando será realizado o segundo turno.
AVALIAÇÃO DO GOVERNO
Ainda de acordo com o Datafolha, 31% dos eleitores que recebem o benefício, ou moram com alguém que é beneficiário, consideram o atual governo ótimo ou bom, ante 32% na semana passada.
São 39% os que apontam a gestão de Bolsonaro como ruim ou péssima, mesmo número da pesquisa anterior. Os que a classificam como regular se mantiveram em 28%.
Entre os que não recebem o auxílio, os percentuais de avaliação não mudaram: são 40% de ótimo/bom e 39% de ruim/péssimo.
A rejeição a Bolsonaro está em 56% entre os beneficiados pelo programa e em 44% entre os demais eleitores entrevistados. Rejeitam Lula 33% e 46%, respectivamente.
Entre os que recebem o Auxílio Brasil, 20% dizem confiar sempre no que o presidente diz, e 51% dos beneficiários dizem nunca confiar nas falas de Bolsonaro.
AUXÍLIO E FGTS
O Auxílio Brasil recebeu reajuste para R$ 600 dois meses antes da eleição e teve seu alcance ampliado às vésperas do segundo turno. Também foi liberada a contratação do empréstimo consignado para esses beneficiários. Neste mês, o calendário de pagamentos foi antecipado para o período de 11 a 25 de outubro, antes do segundo turno.
O reajuste do valor do benefício foi uma das principais apostas de Jair Bolsonaro nesta eleição. Segundo o Ministério da Cidadania, o Auxílio Brasil foi pago a 21,1 milhões de famílias em outubro, após a inclusão de 480 mil novos beneficiários.
No primeiro turno, contudo, a expansão do programa não conseguiu reverter a tendência de votos no PT entre os mais pobres.
O presidente também lançou uma ofensiva adicional para tentar cooptar o eleitorado que ganha até dois salários mínimos ofertando um adiantamento de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ainda não recebidos pelo trabalhador para uso em casa própria.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!