RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A recém-privatizada Eletrobras anunciou nesta sexta-feira (28) um novo plano de demissão voluntária para empregados aposentados ou que atingirão as condições de se aposentar até 30 de abril de 2023. Segundo a companhia, há 2.312 trabalhadores nessa condição tanto na holding como em suas subsidiárias.

O período de adesão será de 1º a 18 de novembro, e os desligamentos ocorrerão entre dezembro de 2022 e abril de 2023.

A empresa estima que o plano vai custar R$ 1 bilhão, com a quitação de direitos e incentivos, como o pagamento de nove salários e de gastos equivalentes a três anos de plano de saúde e um ano de auxílio-alimentação.

O valor seria recuperado em pouco mais de 11 meses, informou em nota a Eletrobras, que desde junho é uma empresa sem controlador definido: no processo de privatização, o governo emitiu novas ações para investidores privados, reduzindo sua fatia para 29%.

A possibilidade de um novo programa de incentivo a demissões havia sido anunciada pelo presidente da companhia, Wilson Ferreira Junior, em sua primeira entrevista após retornar ao cargo depois de uma passagem pela Vibra (ex-BR Distribuidora).

Nos últimos anos de estatal, também sob o comando de Ferreira Junior, a empresa reduziu seu quadro de funcionários de 26 mil para menos de 12 mil pessoas.

O plano de demissão voluntária está sendo implantado simultaneamente nas empresas Eletrobras CGT Eletrosul, Chesf, Eletronorte e Furnas, além da própria holding.

Em entrevista no fim de setembro, Ferreira Junior disse ainda que a companhia manterá esforço para simplificar sua estrutura acionária, que tem quatro subsidiárias e participação em diversos projetos de geração e transmissão de energia pelo país.

As subsidiárias, porém, não serão fechadas, disse o executivo, pela sua relevância regional.

Ele afirmou que a companhia deve direcionar sua estratégia de crescimento às áreas que hoje são o foco de sua atividade: geração de energia renovável e transmissão. Leilões do governo devem ser o principal caminho para o crescimento e as participações devem ser majoritárias.

"Não somos, a partir de agora um investidor financeiro, portanto não temos interesse em participações minoritárias", afirmou o executivo, que afirmou também não acreditar em possibilidade de reestatização da companhia em caso de vitória de Lula nas eleições deste ano.

O processo incluiu uma cláusula, conhecida como "poison pill", que dificulta a recuperação da posição majoritária ao determinar que interessados a assumir o controle façam oferta pública de ações.

"Se quiser dar passo para trás, reestatizar, isso vai custar. E, no caso específico da Eletrobras, o poison pill é quase três vezes o valor negociado na Bolsa", alegou. "Não tem sentido econômico, o governo tem um desafio fiscal fabuloso."


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