SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No fim da tarde desta terça (1º), a presença de crianças em um protesto golpista na rodovia Castello Branco, em Barueri (SP), fez a Polícia Militar Rodoviária de São Paulo mudar de estratégia.
Além de adultos, o bloqueio golpista na Castello reúne crianças de diferentes idades, incluindo bebês. Acompanhadas dos pais, muitas estão logo no início do bloqueio, em frente ao local em que as câmeras de TV estão posicionadas. Algumas usam apitos e vestem-se com a bandeira do Brasil.
Assim, para evitar confronto e possíveis vítimas, os agentes decidiram tentar liberar primeiro outros pontos da estrada, e deixar para a parte final a liberação do trecho bloqueado no km 26, perto da entrada de Alphaville, onde há maior presença de famílias e crianças.
O objetivo, segundo um porta-voz da PM, é tentar diminuir a quantidade de bloqueios, concentrando os manifestantes em um único ponto. Nesse caso, o capitão acredita que poderia haver um desgaste natural do movimento com o tempo, e a consequente desmobilização.
A Castello tem pontos de bloqueio desde segunda (31). No fim da manhã desta terça, os policiais receberam uma determinação de desobstrução do ato em Barueri. Por volta de 12h30, a tropa de choque foi acionada. Houve uso de bala de borracha e gás lacrimogêneo e os manifestantes se dispersaram. No entanto, eles voltaram a se concentrar poucos metros à frente.
Durante a tarde, os policiais ficaram aguardando orientações durante horas. A rodovia ficou com três de suas quatro pistas bloqueadas naquele trecho. Ambulâncias e caminhões transportando oxigênio hospitalar ou alimentos têm passagem liberada por uma das faixas.
Na manhã desta terça (1º), o governador Rodrigo Garcia (PSDB) anunciou que serão aplicadas multas de R$ 100 mil por hora para cada veículo que obstruir vias no estado de São Paulo. Além disso, os manifestantes serão fichados e, eventualmente, podem ser presos. Os policiais militares podem fazer uso de força policial em caso de resistência.
Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) ocupam estradas pelo país contra o resultado das eleições de domingo, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência do Brasil. Muitos deles pedem por um golpe militar para reverter à força o resultado das urnas. Na votação de domingo (30), Lula teve 60,3 milhões de votos, contra 58,2 milhões de Bolsonaro.
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