SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles considera um erro o movimento feito pelo PT contra a indicação de Ilan Goldfajn para a presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
"O Ilan é um sujeito extremamente qualificado, tem a experiência necessária para esse cargo, serviu a governos diversos e a organismos internacionais. Não é representante de uma facção política, e isso é muito positivo", declarou.
Ex-presidente do Banco Central, Ilan foi indicado pelo atual governo para se candidatar à presidência do BID, em eleição marcada para 20 de novembro. O fato de ter sido nomeado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) desagradou ao PT, no entanto.
A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, defendeu o adiamento da escolha até a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo que seria "de bom tom". Movimento semelhante foi feito pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, recém-nomeado integrante da equipe de transição de Lula.
Meirelles conviveu diretamente com Ilan durante o governo de Michel Temer (2016-19), quando ambos formavam o núcleo da equipe econômica. Segundo ele, Ilan representará o Brasil e a América Latina, não um partido específico.
"Espero de fato que a indicação prospere e não esse movimento contrário, do qual eu discordo. Ele é um técnico isento, que tem todas as condições de trabalhar com o governo Lula e beneficiar muito o Brasil, que nunca comandou o BID", afirmou.
Segundo ele, a tentativa do PT de emplacar um aliado no cargo é algo previsível. "É um movimento partidário até certo ponto esperado, não me surpreende", declarou.
Meirelles apoiou a candidatura presidencial de Lula (PT), e sua nomeação para um cargo da área econômica seria bem vista pelo mercado.
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