CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - Nesta terça-feira (22), foram registrados 18 bloqueios nas rodovias federais de Mato Grosso, oito totais e dez parciais. Os atos são reflexo de ações antidemocráticas e criminosas que foram intensificadas no estado desde a última quinta-feira (17). Até a tarde desta terça, 11 pessoas foram presas e cinco pontos nas BRs continuavam interditados.
Armas, munições, dinamites, madeiras, tijolos, estilingues, pedras, gasolina e veículos foram alguns dos artifícios utilizados pelos bolsonaristas, que não aceitam o resultado das eleições para presidente. Desde a última sexta-feira (18), Mato Grosso registrou escalada de violência na BR-163.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal de Mato Grosso, os suspeitos usaram explosivos na tentativa de derrubar a ponte do Rio Vermelho, em Diamantino, a 180 quilômetros de Cuiabá. Segundo a polícia, a ponte não foi danificada a ponto de precisar ser interditada.
Os atos violentos em Mato Grosso também envolveram ataque a um posto de atendimento ao usuário da Rota Oeste, na BR 163, na região de Lucas do Rio Verde. No local, um guincho e uma ambulância foram incendiados. Os envolvidos usaram armas e tocas ninja, além de galões de gasolina.
Um funcionário da concessionária Via Brasil, que administra o trecho da BR 163 entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), chegou a ser rendido e seu carro foi utilizado para bloquear a rodovia.
Os manifestantes incendiaram dois caminhões, danificaram veículos e trechos de asfalto, agrediram motoristas, jogaram óleo na pista, furaram pneus, desengataram carretas e deram tiros para assustar quem tentava furar os bloqueios.
Ao menos 50 integrantes do movimento foram identificados e devem responder pela participação nos atos criminosos.
De acordo com o coordenador de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, Cristiano Vasconcellos, a violência nas manifestações exigiu uma ação conjunta entre as polícias do estado e uma reorganização no planejamento de desbloqueios, centralizado num gabinete de crise.
A tropa de choque também participou da ação, mas não foi necessário o uso da força, nem de gás de pimenta ou balas de borracha, diz a PRF.
Segundo Vasconcellos toda a infraestrutura levada por eles foi retirada: havia barracas, banheiro químico, comida e até um contêiner.
"Alguns pontos de manifestação permanecem fora da rodovia, mas sem nenhuma infraestrutura para virar a noite. Mantemos equipes no local fazendo a manutenção do ponto", diz.
Para liberar as pistas foi preciso o uso de maquinário pesado, como escavadeiras e guinchos. "É uma operação complexa, que já resultou em 11 prisões e R$ 3 milhões em multas aplicadas."
Outros estados Nas estradas federais de Rondônia houve interdição parcial em três trechos da BR 364 (nos quilômetros 938, 1.040, 1.070) e também no quilômetro 96 da BR 425, em Nova Mamoré. No fim da tarde, apenas um dos pontos, em Vista Alegre do Abunã, continuava interditado.
No Paraná, há um ponto de interdição parcial na BR 277, quilômetro 720, em Foz do Iguaçu. Na segunda houve interdição parcial da mesma BR 277, na região de Céu Azul e Medianeira, e próximo ao Porto de Paranaguá, onde um bloqueio total da pista, no quilômetro 6, durou 12 horas e resultou em 13 quilômetros de congestionamento. Nas rodovias estaduais do Paraná não houve registro de bloqueios nesta terça.
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