SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A nomeação de Fernando Haddad para o ministério da Fazenda indica a intenção do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de conciliar a responsabilidade fiscal com a responsabilidade social, na avaliação de Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco.
Em nota, Trabuco afirmou que a nomeação do ex-prefeito mostra "intenção de mediar os naturais conflitos existentes na condução econômica de um país complexo como o Brasil pela via do pragmatismo".
"Não foi outra a razão de Haddad ter como prioridades a reforma tributária e os desafios do crescimento econômico. Sinaliza um perfil de alguém que olha para o equilíbrio entre as demandas sociais urgentes e a responsabilidade fiscal necessária."
As declarações sobre a ausência de oposição entre social e fiscal ecoam falas recentes de altos executivos do setor financeiro.
"A gente fala muito que o social e o fiscal têm que andar de mãos dadas, porque, se você não tem um crescimento sustentável, não resolve o social no longo prazo, e se tem uma questão fiscal relevante, acaba tendo um impacto muito grande na inflação que por consequência afeta, sobretudo, a população com renda mais baixa", afirmou Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco, durante evento virtual promovido no dia 1º de dezembro pela Itaúsa.
O nome de Haddad já era tido como o favorito para a Fazenda ao longo das últimas semanas, com o ex-prefeito tendo participado no final de novembro de almoço de final de ano da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) representando o presidente eleito.
Ao lado de presidentes dos grandes bancos brasileiros, o ex-ministro da Educação ouviu pedidos de cuidado com as contas públicas e mais previsibilidade econômica.
"Independentemente do governo que sai e do novo que chegará em breve, nossa obsessão será perseverar na direção de os bancos funcionarem como alavanca para o crescimento sustentável. A pauta do setor não está vinculada a ideologias dos nossos governantes; vamos contribuir com a institucionalidade e a governabilidade do país", afirmou na ocasião o presidente da Febraban, Isaac Sidney.
Trabuco, do Bradesco, disse ainda na nota divulgada nesta sexta que os primeiros nomes anunciados pelo presidente eleito ocupam posições estratégicas para o sucesso de seu governo -Fazenda, Justiça, Defesa, Casa Civil e Relações Exteriores. "Como característica comum, são homens de diálogo", assinalou Trabuco, que desejou sucesso aos escolhidos.
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