BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, descartou nesta quinta-feira (15) uma eventual permanência no cargo após encerrar seu mandato à frente da autoridade monetária. Segundo ele, o tema não foi conversado entre ele e o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
"Tenho dito há bastante tempo. Acho que um mandato é suficiente para fazer o que é preciso fazer. O BC não é [...] e não deveria ser uma coisa de um mandato, é um trabalho que tem continuidade", disse Campos Neto em entrevista.
As declarações são dadas após sinalizações de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria disposto a oferecer a Campos Neto, nomeado durante o governo Jair Bolsonaro (PL), mais um mandato à frente do BC.
O atual presidente descartou o cenário e, nos bastidores, interlocutores complementam que não seria adequado permanecer à frente da instituição considerando o cenário político de um novo presidente da República.
"Desde o começo, eu disse que não achava bom a recondução. Inclusive disse em entrevista que quando teve a lei de autonomia, eu fui contra a recondução. Acho que é importante ter a separação completa do ciclo do presidente do BC do ciclo político", afirmou Campos Neto.
"Não discutimos [ele e Haddad] isso, mas eu pretendo ficar até o fim do meu mandato", disse.
Campos Neto disse ainda que pretende participar das discussões sobre novos diretores da autoridade monetária. Os próximos a chegarem ao final do mandato, em 2023, são Bruno Serra e Paulo Souza.
"Todos os nomes de diretores, eu discutia [com a classe política]. Então é um processo que todo mundo discute, e espero que isso seja levado em consideração", disse.
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