SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dinheiro que está parado em grupos de consórcio já encerrados, conhecido como Recursos não Procurados (RNP), gerou quase R$ 1 bilhão em taxas cobradas pelas empresas do setor para administrar esses recursos.

Segundo dados do Panorama do sistema de consórcios 2021, elaborado pelo Banco Central, eram R$ 2,16 bilhões deixados por cotistas em grupos de consórcio que já foram encerrados, saldo 9% menor que o apurado no final de 2020.

Segundo o próprio BC, esse recuo foi causado principalmente pelo aumento de 14,6% nas taxas de permanência, que são cobradas pelas administradoras para cuidar desse dinheiro deixado pelos consorciados.

Segundo a Abac (Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios), quando um grupo de consórcio chega ao fim, é possível que alguns recursos sobrem no fundo comum, como crédito de participantes contemplados e não contemplados, valores de membros excluídos que não foram resgatados e até mesmo sobras de fundos de reserva, por exemplo.

A partir daí, as empresas têm 60 dias para comunicar a existência desses recursos aos consorciados ativos e excluídos, que têm 30 dias para pedir o resgate. Depois desse período, o consórcio passa a administrar o dinheiro não reclamado.

Segundo a Abac, fica a critério da administradora cobrar uma taxa mensal sobre os valores não resgatados, de acordo com o que consta no contrato.

Mercado em crescimento O relatório do BC mostra que as administradoras venceram 3,41 milhões de novas cotas em 2021, chegando a um saldo de quase 8,5 milhões de cotas ativas ao final do ano passado. Foram 1,34 milhão de cotas contempladas no período.

Foram R$ 70,9 bilhões arrecadados pelas empresas no ano, uma alta de 20,8% em relação a 2020. O volume de contribuições a receber chegou a R$ 323,2 bilhões, aumento de 27,2% em um ano. A carteira dos consórcios subiu 22,8%, atingindo R$ 75,8 bilhões.

A taxa de administração média cobrada pelas administradoras subiu 0,43 ponto percentual em um ano, ficando em 16,9%.


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