SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Após escolas proibirem ChatGPT, OpenAI cria ferramenta que dedura textos produzidos por robôs. Apesar de início turbulento, primeiro mês de governo Lula termina com Bolsa em alta e dólar em queda e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (1).
**DONA DO CHATGPT CRIA 'ROBÔ X-9'**
Pela sua capacidade de escrever textos complexos e que pareçam ter sido feitos por humanos, o ChatGPT foi banido de escolas e universidades e motivou debates sobre mudanças no método de ensino.
Para ajudar a identificar plágios e fraudes, a OpenAI, criadora do ChatGPT, lançou nesta terça (31) uma ferramenta que pretende identificar se determinado texto foi escrito por IA (inteligência artificial) ou não.
Entenda: no site da plataforma (clique aqui para acessar), a OpenAI afirma que "o classificador é uma ferramenta para estimular discussões sobre alfabetização de IA".
Ela afirma que os resultados - que podem ser "muito improvável", "improvável", "incerto", "possivelmente" ou "provavelmente" sobre texto feito por IA- não devem ser a única evidência para garantir que um conteúdo foi gerado por um robô ou não.
A própria ferramenta denuncia suas fragilidades:
- Requer um mínimo de 1.000 caracteres, o que equivale a aproximadamente 150 a 250 palavras.
- O classificador nem sempre é preciso, e pode rotular erroneamente texto gerado por IA e escrito por humanos. Há inclusive um exemplo de erro: quando o teste é feito com o segundo parágrafo do livro "Dom Quixote", ele acusa como feito por IA.
- O texto gerado por IA pode ser editado facilmente para evitar o classificador.
- É provável que o classificador erre no texto escrito por crianças e no texto que não está em inglês, porque foi treinado principalmente em conteúdo em inglês escrito por adultos.
Graduado: a preocupação da comunidade acadêmica aumentou depois que o ChatGPT foi testado e aprovado -mas não com nota máxima- em um MBA em Wharton e em provas para exercer a profissão de médico e advogado nos EUA.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o neurocientista Álvaro Machado Dias, colunista do jornal, disse que a tecnologia pode trazer consequências negativas, mas o saldo é positivo. Profissões burocráticas e modelos de ensino baseado em "decoreba" podem estar com os dias contados.
**EM JANEIRO, BOLSA EM ALTA E DÓLAR EM QUEDA**
No primeiro mês do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Bolsa e o câmbio, os principais indicadores do mercado financeiro nacional, fecharam no positivo apesar do início turbulento.
- O destaque entre os investimento ficou para o bitcoin, que acumulou alta de 33,4% em janeiro depois de um 2022 bem negativo. Em números: depois da alta de 1,26% nesta terça, o Ibovespa acumulou ganhos de 3,6% no primeiro mês de 2023, aos 113.691 pontos, enquanto o dólar recuou 0,75% no dia e fechou janeiro com queda de 3,82% ante o real, a R$ 5,07.
O que explica: depois de uma primeira semana marcada por declarações de membros do governo que geraram aversão a risco nos investidores e levaram o dólar a R$ 5,45, a metade final do mês impulsionou os ativos locais a partir de notícias positivas da China.
- A reabertura das atividades do principal parceiro comercial do Brasil impulsionou as cotações das commodities e beneficiou empresas exportadoras brasileiras. Sinais de redução do ritmo de aperto monetário nos EUA também tiraram força do dólar.
- Por aqui, declarações da equipe econômica de antecipação do anúncio da nova regra fiscal para abril e de compromisso com as contas públicas ajudaram a acalmar investidores preocupados com o risco fiscal.
- Depois do tombo, a liderança: a disparada do bitcoin vem depois de um 2022 turbulento, quando a criptomoeda caiu 66%, afetada pela alta de juros nos EUA e pela falência da FTX, que acertou o setor como um todo.
Em janeiro, as criptos também foram beneficiadas pela expectativa de alta menor nos juros, que beneficia investimentos considerados mais arriscados. **DEMISSÕES NA AMERICANAS**
Os cortes de trabalhadores envolvidos nas operações da Americanas começaram nesta terça (31).
No primeiro momento, trabalhadores terceirizados foram dispensados após a varejista encerrar contratos com prestadores de serviços no Rio de Janeiro. Em Porto Alegre, as demissões pontuais atingem funcionários com menos de um ano de casa, e a próxima etapa deve ser São Paulo, onde está concentrado o maior número de lojas e centros de distribuição da varejista. Procurada, a Americanas negou que haja demissões. Disse que "apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados".
- Demissões fora da RJ: por ter entrado com o processo de recuperação judicial às pressas para evitar bloqueio de suas contas, a Americanas inverteu a ordem que é comumente adotada por empresas nessa situação, conforme mostrou a Folha de S.Paulo.
É usual que as companhias que andam mal das pernas demitam seus funcionários antes de entrar na RJ, para que os passivos trabalhistas entrem no plano de negociação com os credores.
Já as obrigações que são devidas pelas companhias após o pedido de RJ devem ser pagas normalmente. Em números: são cerca de 45 mil funcionários diretos e aproximadamente 60 mil indiretos da varejista.
Os cortes, que já eram esperados pela necessidade de a companhia reduzir custos, devem ficar concentrados nas operações de lojas físicas - são 1800 pontos na soma dos formatos tradicional e Express, mais 79 lojas da rede de hortifrutis Natural da Terra.
**FAZENDAS SOLARES PUXARAM CORRIDA POR SUBSÍDIO**
Terminado o prazo de cadastramento de projetos de energia solar com direito a subsídio integral, os 486,6 mil projetos de geração distribuída registrados de outubro a 7 de janeiro somam 32.298 MW (megawatts) de potência instalada.
É como se em pouco mais de três meses fossem registradas duas usinas hidrelétricas de Itaipu, que tem 14.000 MW de potência instalada. Entenda: os projetos de geração distribuída instalados até 7 de janeiro terão isenção até 2045 para o uso do fio da rede de distribuição.
O valor isento acaba sendo um subsídio de todos os consumidores aos geradores, com custo total de R$ 488,3 bilhões -considerando essa leva e os projetos anteriores- que serão cobrados na conta de luz até 2045, segundo a Abradee (associação de distribuidoras). A geração distribuída é dividida em duas modalidades de geração de energia solar:
- Microgeração: são as placas solares instaladas nos telhados de casa, com potência instalada menor ou igual a 75 kW.
- Minigeração: com maior capacidade, são fazendas solares que podem gerar crédito na conta de luz para consumidores no modelo de "assinatura solar" (entenda aqui) ou que são criadas para vender energia a grupos empresariais.
Em números: na leva de projetos de última hora, de outubro até 7 de janeiro, foram registrados 25.231 MW de potência instalada de minigeração, contabilizando um custo de R$ 209,4 bilhões dessas fazendas para os consumidores.
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