SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Americanas informou, nesta sexta-feira (3), que toda a sua diretoria foi afastada, 23 dias após a divulgação do fato relevante que escancarou um rombo contábil de R$ 20 bilhões no seu balanço.
De acordo o fato relevante desta sexta, a varejista informa que o conselho de administração da companhia decidiu afastar os diretores estatutários Anna Christina Ramos Saicali (presidente da Ame Digital), José Timotheo de Barros (vice-presidente, responsável por lojas físicas, logística e tecnologia) e Márcio Cruz Meirelles (vice-presidente responsável pelas áreas digital, consumo e marketing).
Também foram afastados os executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes -os nomes não constam do site de relações com investidores da empresa. Até a publicação deste texto, a assessoria da Americanas não soube informar quem são.
O afastamento vale enquanto estiver sendo apurado o escândalo contábil. A empresa afirma, porém, que o afastamento não representa "qualquer antecipação de juízo."
O conselho da companhia é formado pelos representantes dos acionistas de referência: Carlos Alberto da Veiga Sicupira (fundador do 3G Capital, ele próprio um dos principais acionistas); Paulo Alberto Lemann (filho de Jorge Paulo Lemann, outro acionista de referência e também fundador do 3G), Cláudio Moniz Barreto Garcia e Eduardo Saggioro Garcia.
Participam como membros independentes do conselho Mauro Muratorio Not, Sidney Victor da Costa Breyer e Vanessa Claro Lopes.
A Americanas afirma ter tomado a decisão considerando as novas lideranças internas e externas que vão dar continuidade aos negócios: a nova diretora financeira Camille Loyo Faria (que tomou posse no último dia 1º e trabalhou na recuperação judicial da Oi), as consultorias Alvarez & Marsal (reestruturação) e Deloitte Touche Tohmatsu (assessoria contábil).
Apenas Camille Loyo Faria e João Guerra -o presidente interino da Americanas, indicado quando Sergio Rial renunciou ao comando da rede, em 11 de janeiro- permanecem na empresa.
A empresa diz que várias medidas foram implementadas para garantir a integridade da preservação de informações e documentos da companhia. Cita a contratação do IBPTECH, instituto de perícias forenses, da FTI Consulting, consultoria internacional, da ICTS Security, consultoria especializada em segurança da informação.
'NATURAL DA TERRA NÃO ESTÁ À VENDA'
Em comunicado divulgado também nesta tarde, a Americanas rechaça a ideia de vender a rede de hortifrútis Natural da Terra.
"Em vista de infundados rumores e especulações veiculados em canais de mídia, vem esclarecer aos seus
acionistas e ao mercado em geral que não estão em curso quaisquer negociações visando a alienação, pela companhia, do Hortifruti Natural da Terra", informou.
"A companhia informa, ainda, que estuda continuamente formas de garantir que a recuperação judicial permita ganho de valor para a Americanas e seus stakeholders e mantenha o alto nível de experiência de seus consumidores e parceiros e reitera que manterá seu esforço na busca por uma solução com os seus credores, para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo atividade econômica."
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