SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar à vista abriu em alta ante o real nesta sexta-feira (17), após o resultado da reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional), que não tratou da meta de inflação para 2023. Ainda assim, o mercado segue na defensiva, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter novamente cobrado a autoridade monetária.
Em entrevista à CNN Brasil, Lula defendeu que o BC controle a inflação e estimule o crescimento e a geração de empregos.
Às 9h17 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,53%, a R$ 5,2395 na venda.
Na B3, às 9h17 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,37%, a R$ 5,2490.
Em um dia cheio de oscilações, a Bolsa fechou em alta e o dólar em baixa nesta quinta-feira (16). Até o meio da tarde, o foco estava em indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos. Mas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acabaram chamando mais atenção dos investidores.
O Ibovespa fechou em alta de 0,31%, a 109.941 pontos. O dólar comercial à vista fechou em baixa de 0,19%, a R$ 5,209. A cotação chegou a atingir R$ 5,26 na máxima do dia.
Os juros futuros encerraram o dia mais próximos da estabilidade. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 caíram de 13,27% do fechamento desta quarta-feira (15) para 13,20% ao ano. O vencimento para janeiro de 2025 passou de 12,59% para 12,53%. As taxas para janeiro de 2027 avançaram de 12,86% para 12,87%.
Segundo apurou o Painel S.A., empresários que participaram de um jantar com Haddad, na noite desta quarta-feira (15), comentaram sobre a determinação do ministro em levar adiante sua agenda fiscal.
Para Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho de administração do Bradesco, Haddad foi sereno, e mostrou firmeza sobre a importância de sinalizar soluções para a questão fiscal.
O presidente Lula voltou a adotar um tom crítico ao falar do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto .
"Como presidente da República, não interessa brigar com um cidadão que é presidente do Banco Central e que eu pouco conheço. Eu vi ele uma vez. A única coisa que eu quero é que ele cumpra... Sabe, se ele topar, quando eu for levar o meu governo para visitar os lugares mais miseráveis desse país, eu vou levá-lo para ele ver. Ele tem que saber que a gente nesse país tem que governar para as pessoas que mais necessitam", afirmou o presidente em entrevista à CNN.
Na manhã desta quinta, foi divulgado o IBC-Br, índice de atividade econômica medido pelo Banco Central. Em todo o ano passado, o indicador apresentou aceleração de 2,9%. Mas no quarto trimestre, houve uma retração de 1,46% na comparação com o terceiro trimestre.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira que o valor do salário mínimo será de R$ 1.320 e que a isenção do Imposto de Renda subirá para R$ 2.640 -o que corresponde a dois salários mínimos. Lula ainda disse que a faixa de isenção será aumentada progressivamente.
Os bancos fecharam em alta, com o noticiário sobre as negociações com os acionistas de referência da Americanas. A proposta da varejista envolve uma injeção de R$ 7 bilhões por estes acionistas, além de recompra de R$ 12 bilhões em títulos emitidos e a conversão de R$ 18 bilhões em capital ou dívidas subordinadas.
As ações preferenciais do Bradesco, grande banco mais exposto à Americanas, subiram quase 2%. As preferenciais do Itaú Unibanco fecharam em alta de 0,74%.
Nos Estados Unidos, continua a preocupação dos investidores com dados que mostram uma atividade econômica ainda aquecida, mesmo com as recentes altas de juros.
Esta dinâmica, segundo analistas, dificulta o controle da inflação e pode levar o Fed (Federal Reserve, banco central americano) a continuar em uma linha mais dura de política de juros.
Nesta quinta-feira, foi divulgada a inflação da indústria nos Estados Unidos, com avanço mensal de 0,7% em janeiro, maior alta desde junho do ano passado.
Além disso, os pedidos de seguro-desemprego ficaram em 194 mil nesta semana, ante a expectativa de de que o número atingisse os 200 mil pedidos.
"Nesta conjuntura, os dados divulgados recentemente não mudaram minha visão de que vamos precisar elevar os juros para níveis acima de 5%, e manter assim por um tempo", disse Loretta Mester, presidente do Fed de Cleveland.
Com isso, os índices de ações em Nova York fecharam em baixa. O Dow Jones recuou 1,26%. O S&P 500 caiu 1,38%%. E o Nasdaq fechou em queda de 1,78%.
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