SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar caía frente ao real nos primeiros negócios nesta quarta-feira (8). O mercado espera pelas declarações no segundo dia de audiência de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no Congresso dos Estados Unidos.

Um indicador bastante aguardado pelos investidores é o relatório Jolts. Ele traz números sobre a oferta de empregos no setor privado americano, e é considerado uma prévia do Payroll, o relatório mais amplo sobre o mercado de trabalho no país, que sai na próxima sexta-feira (10).

Às 9h09 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,36%, a R$ 5,1750 na venda.

Na B3, às 9h09 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,38%, a R$ 5,2000.

A Bolsa fechou em baixa e o dólar em alta nesta terça-feira (7). O discurso de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) no Congresso aumentou a cautela dos investidores, projetando que os juros nos Estados Unidos chegarão a um patamar maior que o esperado pela própria autoridade monetária.

O Ibovespa fechou em baixa de 0,45%, a 104.227 pontos. O dólar comercial à vista fechou em alta de 0,54%, a R$ 5,194.

No mercado de juros futuros, as taxas apresentam queda, na espera pelas definições sobre temas como reforma tributária e arcabouço fiscal. Nos contratos para janeiro de 2024, a taxa saía dos 13,27% ao ano do fechamento desta segunda-feira (6) para 13,25%. No vencimento em janeiro de 2025, os juros recuavam de 12,70% para 12,65%. No vencimento de janeiro de 2027, a taxa recuava de 13,10% para 13,01%.

O mercado brasileiro teve desempenho menos negativo que o verificado nos índices americanos. Principalmente por conta dos desempenhos dos bancos, com destaque para as ações do Bradesco, com as preferenciais em alta de 2,33%. As ordinárias do Banco do Brasil avançaram 2,29%.

Em audiência no Congresso americano nesta terça-feira, Powell afirmou que o Fed deve aumentar os juros para um patamar acima daquele que a própria autoridade monetária esperava.

"Os dados econômicos mais recentes chegaram mais fortes do que o esperado, o que sugere que o nível final dos juros deve ser mais alto do que o previsto anteriormente", disse Powell em comentários preparados para uma audiência perante o Comitê Bancário do Senado.

Embora a inflação "esteja se moderando" desde seu pico atingido no ano passado, disse Powell, "o processo de reduzir a inflação para 2% tem um longo caminho a percorrer e provavelmente será acidentado".

O presidente do Fed pediu aos parlamentares dos Estados Unidos que elevem o teto da dívida nacional para evitar as consequências imprevisíveis de não fazê-lo.

"Há apenas uma solução para este problema", disse Powell. "O Congresso realmente precisa elevar o teto da dívida" e "se não o fizermos, as consequências são difíceis de estimar, mas poderiam ser extraordinárias".

A Casa Branca não interferirá na forma como o Fed administra a inflação dos Estados Unidos, disse uma autoridade do governo americano quando questionada sobre os comentários de Powell.

No entanto, a autoridade disse que é importante lembrar que os fortes dados de empregos de janeiro representam apenas um mês de informações e é preciso prestar atenção a novos dados que serão divulgados ainda este mês. "As pessoas precisam sentar e respirar."

Os números comprovam o efeito que o discurso do presidente do Fed teve no mercado de juros. As taxas dos títulos do Tesouro americano com vencimento em 2 anos superaram, nesta terça-feira, os 5% ao ano pela primeira vez desde 2007.

As taxas para os títulos de dez anos também subiram nesta terça, chegando a 3,98%. Esta diferença entre os dois títulos, maior que 1 ponto percentual, indica que a economia americana entrará em recessão em breve. Analistas projetam que este movimento pode começar já no final de 2023.

Os índices de ações em Nova York caíram mais de 1%. O Dow Jones fechou em baixa de 1,72%. O S&P 500 recuou 1,53%. O Nasdaq encerrou em queda de 1,25%.

Os efeitos aparecem também no câmbio. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas mundialmente relevantes, subia 1,23% perto das 18h30 (horário de Brasília). Este é o maior avanço diário do indicador desde setembro de 2022.


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