BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta segunda-feira (20), que toda vez que discute avanço social, alguém da área da economia aparece para dizer que é gasto.
A declaração ocorreu durante o relançamento do programa Mais Médicos, no Palácio do Planalto, em meio à discussão sobre a nova regra fiscal.
O mandatário, como mostrou a Folha de S.Paulo, pediu na última sexta-feira (17) que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, amplie as conversas com o mundo político e com economistas, além de fazer novos cálculos sobre a proposta de arcabouço fiscal, que vai substituir o teto de gastos.
"Não pode tratar educação como gasto, a saúde como gasto, porque não tem investimento maior do que salvar uma vida", disse.
"Qual é o preço que você paga de não cuidar das pessoas na hora certa? Aliás, o Brasil é especialista nisso, toda vez que a gente vai discutir um avanço social, aparece alguém da área econômica para dizer que é gasto, [que] a gente não pode mais gastar, [que] não tem como gastar", continuou o mandatário.
O chefe do Executivo disse que a saúde não pode ficar dentro do teto de gastos, do qual é crítico desde a campanha eleitoral. "Toda vez que a gente vai discutir avanço social, vai aparecer alguém da área econômica para dizer que é gasto".
O presidente disse ainda que é preciso "arejar" a cabeça e que os cursos de economia precisam mudar e diferenciar custo, gasto e investimento. "Livros de economia estão superados, é preciso criar uma nova mentalidade sobre a razão de a gente governar".
"O Mais Médicos voltou, porque a saúde não pode ser refém do teto de gastos, dos juros altos ou cortes orçamentários em nome de um equilíbrio fiscal", afirmou o petista.
A discussão sobre a regra fiscal ocorre enquanto o PT pressiona para que o novo marco não implique cortes drásticos em áreas consideradas sensíveis por lideranças do partido.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), publicou mensagem nas redes sociais no sábado (18) na qual defende ser necessário aumentar os investimentos públicos, o que significa que a proposta de novo marco fiscal deveria ser flexível em relação a certos gastos.
"Se é verdade que a economia crescerá menos este ano, segundo indicadores divulgados pelo governo, precisamos então aumentar os investimentos públicos e não represar nenhuma aplicação no social. Em momentos assim, a política fiscal tem de ser contracíclica, expansionista", afirmou.
Novo programa Mais Médicos Na nova versão do programa Mais Médicos anunciada nesta segunda-feira, ao todo, serão abertas 15 mil vagas, com investimento de R$ 712 milhões somente neste ano.
As primeiras 5.000 vagas serão abertas via edital já neste mês. As outras 10 mil serão em um formato com contrapartida dos municípios, o que garante às prefeituras menor custo e mais condições de permanência nessas localidades.
Poderão participar dos editais do Mais Médicos profissionais brasileiros e intercambistas, brasileiros formados no exterior e estrangeiros. Os médicos brasileiros formados no Brasil continuam a ter preferência na seleção. O tempo de participação no programa passa a ser de quatro anos, prorrogável por igual período.
O Mais Médicos foi criado em 2013, durante o governo da presidente Dilma Rousseff.
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