BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Às vésperas da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, o país asiático decidiu nesta quinta-feira (23) retomar a compra de carne bovina brasileira. A informação foi confirmada por membros do governo Lula e pela embaixada da China no Brasil.
No fim de fevereiro, foram suspensas temporariamente as exportações de carne bovina para a China após a confirmação de um caso de mal da vaca louca em um animal em Marabá (PA).
A suspensão ocorreu devido a um protocolo de 2015 assinado pelos dois países que estabelece um autoembargo nas vendas à China quando uma nova ocorrência de vaca louca ?encefalopatia espogiforme bovina? é identificada no Brasil.
Integrantes do Ministério da Agricultura e Pecuária embarcaram para a China no começo da semana numa comitiva junto com empresários do setor.
Antes da viagem, os técnicos da pasta já haviam fornecido todas as informações relevantes sobre o caso à China, mas a retomada das exportações ainda dependia de decisão do parceiro asiático.
Uma análise de técnicos do Ministério da Agricultura concluiu, no início de março, que o caso de Marabá foi "atípico ?ocorrido por causas naturais em um único animal de nove anos de idade e com todas as providências sanitárias adotadas prontamente.
Nesta quinta, a embaixada da China divulgou que "após a avaliação da Administração Geral das Alfândegas da China, é decidido que a China retomará a importação de carne bovina brasileira desossada com menos de 30 meses de idade a partir de 23 de março de 2023".
A comitiva para a China tem cerca de cem empresários convidados pelo Ministério da Agricultura ?sendo que 43 são do setor de carnes, como Joesley e Wesley Batista, executivos da J&F, controladora da JBS.
Os custos de viagem e hospedagem serão pagos pelos empresários, segundo o Ministério da Agricultura. A viagem presidencial à China será entre 26 a 31 de março.
O Brasil produziu 26 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango no ano passado, 4% a mais do que em 2021. A participação do mercado externo na produção brasileira vem aumentando. No ano passado, 28% das carnes "in natura" foram para o mercado externo, acima dos 27% de 2021.
Os dados de produção são do peso das carcaças obtidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); os de exportação, da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Além do fim do embargo às exportações de carne bovina brasileira, membros do governo esperam que, durante a visita de Lula, a China autorize mais frigoríficos brasileiros a exportarem para o país.
Desde 2019, o gigante asiático não concede novas certificações para que empresas brasileiras possam exportar carnes bovinas, suínas e de frango.
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