SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em queda nesta segunda-feira (27), começando a última semana do primeiro trimestre de 2023 com os investidores atentos a dados econômicos importantes que sairão nos próximos dias.
Além das projeções dos economistas no Boletim Focus do BC (Banco Central), divulgado nesta segunda, a semana será marcada pelo PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2022.
No Brasil, os investidores ficarão atentos aos dados de crédito de fevereiro, divulgado também pelo BC, e indicadores de emprego pelo Caged.
Às 9h04 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,17%, a R$ 5,2413 na venda.
Na B3, às 9h04 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a R$ 5,2465.
Na sexta (24), a Bolsa fechou em alta e o dólar em queda. Os investidores fizeram ajustes de posição após o Ibovespa atingir sua pior marca desde julho nesta quinta-feira, movimento facilitado pelo IPCA-15 de março, que mostra tendência de desaceleração da inflação.
Na semana, a queda acumulada ultrapassou os 3%, com o comunicado mais duro que o esperado após a decisão do Banco Central de manter os juros em 13,75%, e os temores com a crise bancária internacional.
O Ibovespa fechou o dia em alta de 0,92%, a 98.829 pontos. O dólar comercial à vista terminou em queda de 0,73%, a R$ 5,249. Na semana, o Ibovespa acumulou queda de 3,10%, e o dólar comercial caiu 0,30%.
O mercado de juros também reagiu ao IPCA-15 de março, com os investidores se ajustando depois da reação ao comunicado do Banco Central após a decisão de manter os juros básicos em 13,75%. Parte dos economistas interpretou que ao invés de cortar, o BC poderia elevar mais os juros. Com a inflação em desaceleração, esta percepção diminuiu nesta sexta.
Nos contratos com vencimento em janeiro de 2024, a taxa recuou de 13,18% do fechamento desta quinta-feira para 13,07%. Para janeiro de 2025, os juros caíram de 12,13% para 11,95%. No vencimento em janeiro de 2027, a taxa passava de 12,37% para 12,24%.
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,69% em março, sobre alta de 0,76% no mês anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A alta do registrou desaceleração e o índice se aproxima dos 5% em 12 meses, mas a pressão exercida pela gasolina ainda compensa o aumento mais fraco dos preços de alimentos.
No exterior, a crise do sistema financeiro teve caminhos diferentes nos Estados Unidos e na Europa. Em Nova York, as ações fecharam em alta após declarações de reguladores e da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.
Eles admitem que alguns bancos enfrentam dificuldades neste momento, mas que o sistema financeiro como um todo está sólido. As declarações foram dadas após uma reunião extraordinária convocada por Yellen nesta sexta-feira.
As ações dos grandes bancos americanos fecharam em baixa, mas em menor intensidade que a registrada no começo do dia. Assim, os índices Dow Jones e S&P 500 encerraram o dia com altas de 0,51% e 0,46%, respectivamente. O Nasdaq subiu 0,31%.
Na Europa, o cenário foi diferente. A ação do Deutsche Bank caiu mais de 8% nesta sexta na Bolsa de Frankfurt. Foi a quarta queda seguida do papel, que já perdeu mais de 27% do valor em março. O custo dos seus CDS (uma forma de seguro para detentores de títulos) chegou à máxima em quatro anos.
O Deutsche Bank se recusou a comentar quando contatado pela Reuters.
Na Suíça, as autoridades e o UBS correm para concluir a aquisição do Credit Suisse em menos de um mês, segundo duas fontes com conhecimento dos planos.
Fontes diferentes disseram que o UBS prometeu pacotes de retenção para os executivos da área de gestão de patrimônio do Credit Suisse na Ásia, com o objetivo de evitar uma saída em massa de profissionais.
A Jefferies reduziu a recomendação para as ações do UBS de "compra" para "manutenção", dizendo que a aquisição do Credit Suisse muda a tese de investimento, que se baseava em um perfil de risco mais baixo, crescimento orgânico e altos retornos de capital.
Líderes da União Europeia e o BCE (Banco Central Europeu) tentaram acalmar o mercado ao apresentar um discurso único em relação ao setor bancário nesta sexta-feira. As autoridades disseram que as instituições financeiras estão bem capitalizadas e com liquidez, graças às lições aprendidas após a crise do sistema financeiro em 2008.
As declarações foram dadas após o fechamento dos mercados na Europa. O índice Euro Stoxx 50 caiu 1,82%, o CAC 40 de Paris recuou 1,74%, e o DAX de Frankfurt caiu 1,66%. O FTSE 100, de Londres, recuou 1,26%.
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