SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O aumento de 1,70% para 1,97% no teto do juro do consignado aprovado pelo CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) nesta terça-feira (28) dividiu os sindicalistas, que vinham acompanhando o caso com críticas conjuntas aos bancos.
Os representantes das centrais CUT, da Força Sindical e da UGT no conselho votaram a favor da mudança, mas a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), que tem suplente no conselho, era contra a revisão.
Antonio Neto, presidente da CSB, criticou a alternativa encontrada pelo governo Lula. O movimento anterior, que derrubou o teto de 2,40% para 1,70%, havia provocado uma suspensão em série do consignado nos bancos que atuam com o produto.
"Na contramão dos interesses da classe trabalhadora, o governo se submeteu aos caprichos e interesses de um cartel de bancos com a participação da Caixa e do BB", escreveu o sindicalista em rede social.
Segundo Neto, "o recado do governo é péssimo em tempos de enfrentamento aos juros exorbitantes praticado pelo Banco Central".
Foram 11 votos favoráveis de membros do governo, aposentados e trabalhadores, três abstenções (de empregadores, representados por organizações formadas por bancos), e um voto contrário do Sindnapi (Sindicato Nacional de Aposentados, Pensionistas e Idosos), que defendia o teto em 1,90%.
Para João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, a nova taxa foi "um ganho possível". Ricardo Patah, presidente da UGT, disse em rede social que a taxa votada nesta terça ainda tem grande peso para o trabalhador.
A CUT, ligada ao presidente Lula, disse que a proposta do presidente dá "um ponto final ao boicote dos bancos".
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!