SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Amazon e Apple de olho nos cinemas, recuperação judicial do Grupo Petrópolis e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (29).
**POR QUE AMAZON E APPLE AGORA MIRAM OS CINEMAS**
Depois de investir pesado em seus serviços de streaming, Amazon e Apple começam a olhar para os cinemas como uma forma de aumentar a lucratividade e visibilidade de suas produções.
Nesta terça, uma notícia do site Intersect apontou que a Amazon considera fazer uma oferta pela rede americana de cinemas AMC, que anda mal das pernas financeiramente. As ações da rede fecharam em alta de 21%.
O interesse vem a público depois de a Bloomberg relatar que Apple e a empresa fundada por Jeff Bezos planejam investir US$ 1 bilhão cada uma por ano em filmes para serem lançados primeiro nos cinemas e depois no streaming.
O QUE EXPLICA
Enquanto estavam empolgadas com o boom do streaming na pandemia e corriam atrás da líder Netflix, as duas big techs abriram o bolso para atrair a seus serviços grandes estúdios e produções.
A Amazon gastou US$ 8,45 bilhões para comprar em 2021 o estúdio MGM, das franquias 007 e Rocky ?a mesma de "Creed 3", hoje nos cartazes.
No mesmo ano, a Apple pagou a quantia recorde de US$ 25 milhões para ser a distribuidora do filme "No Ritmo do Coração", que se tornou exclusivo do seu streaming e saiu vencedor do Oscar.
Agora, porém, o cenário se inverteu. Com o fim das restrições de locomoção da pandemia, a onda do streaming esfriou, e a ordem da vez passou a ser menos gastos, mais receitas.
É desse último fator que vem o plano de liberar os filmes primeiro nos cinemas.
Além de ajudar a bancar os custos das produções, exibi-las antes nas telonas pode atrair assinantes às plataformas em que os filmes estarão disponíveis assim que deixarem os cinemas.
**GRUPO PETRÓPOLIS EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL**
O Grupo Petrópolis, das cervejas Itaipava, Petra e Cacildis, entrou em recuperação judicial (RJ) com dívidas de cerca de R$ 4,2 bilhões ?R$ 2 bilhões com credores financeiros e R$ 2,2 bilhões com grandes fornecedores.
No pedido feito na segunda (27), a Petrópolis pediu a concessão de tutela cautelar para suspender o pagamento de R$ 105 milhões de uma parcela de juros que vencia naquele dia.
A tutela também impediu a retenção de valores que a companhia tinha nos bancos.
O QUE MOTIVOU A RJ
A Petrópolis atribuiu o pedido à sua crise de liquidez gerada por uma drástica queda de receita que começou há 18 meses.
A situação foi agravada pela elevação dos custos das matérias-primas e pelo alto patamar dos juros no país, que acabaram corroendo seu caixa.
EM NÚMEROS
De 31,2 milhões de hectolitros (1 hectolitro equivale a 100 litros) vendidos em 2020, a companhia fechou 2022 com 24,1 milhões de hectolitros comercializados, e 2021, com 26,4 milhões.
Já a alta da Selic tem um impacto de cerca de R$ 395 milhões ao ano no fluxo de caixa do grupo. Até março, a necessidade de capital de giro está R$ 360 milhões superior ao que foi projetado.
A EMPRESA
Comprada em 1998 por Walter Faria, o Grupo Petrópolis foi agregando marcas e unidades industriais ao seu portfólio.
Hoje, produz as cervejas Petra, Cabaré , Black Princess, Crystal, Lokal, Weltenburger, Brassaria Ampolis (com os rótulos Cacildis, Biritis, Ditriguis e Forevis), além de energéticos, vodkas e refrigerantes.
**AMARO EM RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL**
A Justiça aceitou o pedido de recuperação extrajudicial da varejista de moda Amaro, que havia sido feito em 22 de março.
O plano teve aprovação de credores que representam 41,63% do que é devido, o equivalente a R$ 101,8 milhões, e então foi homologado pela juíza, ao apontar que a empresa cumpriu os requisitos legais.
EM NÚMEROS
A companhia reportou R$ 244,6 milhões em dívidas ? R$ 151,7 milhões com bancos e R$ 93 milhões com fornecedores.
A Amaro justificou o pedido de recuperação pela crise de crédito no varejo, que fez com que ela não tivesse sucesso na busca por novos investidores e na renegociação de dívidas com Itaú e Santander.
A EMPRESA
A varejista de fast fashion (moda rápida) foi fundada em 2012 e opera tanto no ecommerce quanto por meio de 20 lojas físicas instaladas em shoppings. Ela disse à Justiça empregar 594 pessoas diretamente.
**BOLSA DE VOLTA AOS 100 MIL**
A Bolsa voltou a fechar acima do patamar simbólico de 100 mil pontos nesta terça (28), com alta de 1,52%, a 101.185 pontos, enquanto o dólar caiu 0,80%, para R$ 5,16.
O resultado positivo veio em dia de alta das commodities e divulgação da ata do Copom, que manteve o tom duro do comunicado da semana passada, mas passou o recado de que um arcabouço fiscal "sólido e crível" pode resfriar as expectativas de inflação.
As duas maiores empresas do índice, Vale e Petrobras, fecharam em alta de 1% e 1,7%, respectivamente, e, assim como outros papéis ligados a commodities, ajudaram com o avanço da Bolsa no dia.
Em relação à ata, os economistas do mercado avaliaram que o BC manteve sua postura firme contra o início do corte de juros antes de as expectativas de inflação voltarem a ficar na meta considerada pela autoridade, mas indicou que a regra fiscal pode ajudar nesse processo.
Entre as empresas, o destaque ficou para a Hapvida, cujos papéis subiram 18% no dia.
Ela vinha sofrendo com o mau humor do mercado desde o início do mês, quando divulgou o balanço, e viu seus papéis ampliarem a queda após dizer que considerava uma emissão de ações para fortalecer o caixa.
Na segunda à noite, porém, a Hapvida tranquilizou parte dos acionistas ao anunciar duas operações junto a seus controladores para ampliar a liquidez da companhia:
Um sale and leaseback, operação que consiste na venda dos ativos e, ao mesmo tempo, um contrato para alugá-los de volta. Serão dez hospitais envolvidos no acordo, com R$ 1,25 bilhão indo para o caixa da companhia.
Um aumento de capital, com a família Pinheiro se comprometendo a injetar R$ 360 milhões em uma operação que, no total, vai emitir 385 milhões de ações, movimentando cerca de R$ 1 bilhão.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
MERCADO
Conselho aprova aumento do teto do juro do consignado do INSS para 1,97% ao mês. Decisão vem 2 semanas após órgão reduzir taxa para 1,70% ao mês, o que motivou suspensão de empréstimos pelos bancos.
MERCADO
Qualquer estagiário de banco na América Latina teria visto o risco do SVB, diz André Esteves. Cenário de juros baixos dos últimos anos fez com que mercado não estivesse preparado para lidar com aumento da volatilidade, afirma banqueiro.
MERCADO
CVM adia para outubro início da vigência do novo marco de fundos. Resolução 175 estava prevista para entrar em vigor em 3 de abril.
MERCADO
Senador vê contradição de Sergio Rial em data de contrato com Americanas. Ex-presidente da varejista diz que houve apenas uma formalização em maio, mas trabalho começou depois.
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