SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em evento com empresários nesta semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a falar do ruído atual no debate sobre os juros no Brasil. Disse que tem dificuldades na comunicação e que tenta melhorar.

"Às vezes eu me vejo com alguma deficiência na comunicação. Outro dia, eu estava até falando com o Fábio sobre como a gente pode melhorar a comunicação. O Fábio, quando estava no governo, me ensinou bastante esse tema", afirmou Campos Neto no encontro do grupo de empresários Esfera Brasil, na quarta (5).

Na plateia do evento estava Fábio Faria, que foi ministro das Comunicações de Bolsonaro. Ele agora trabalha nas relações institucionais do BTG Pactual.

Roberto Campos Neto também disse haver esforço para amenizar os ruídos.

"Estamos tentando melhorar a comunicação. Acho que talvez seja importante fazer mais visitas e ir a outros lugares. Os diretores também. Temos um grupo muito bom de pessoas que podem explicar ", afirmou o presidente do BC.

Ele também disse que está tentando comunicar que o custo de combater a inflação é alto, mas o de não combatê-la é ainda maior.

"A gente precisa explicar para as pessoas que o nosso trabalho não é querer ter juros altos. E essas falsas narrativas, por exemplo, de que os juros altos beneficiam o rentista. Quem é o rentista do país? São as 48 milhões de pessoas que têm fundo de pensão? São as 6 milhões de pessoas que investem na Bolsa? São todos aqueles que acreditaram e financiaram o governo? Temos que falar que, no fim das contas, não precisa buscar beneficiários nem culpados. Precisamos buscar um sistema melhor", afirmou.

Nesta quinta (6), o presidente Lula voltou a criticar a política de juros e a mencionar a possibilidade de mudança na meta de inflação, mas ressalvou que não pretende brigar com o chefe do BC.


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