SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para a maioria dos moradores de São Paulo, as estradas que foram privatizadas no estado são superiores às rodovias públicas em relação à qualidade.
É o que aponta pesquisa do Datafolha feita entre os dias 3 e 5 de abril. Segundo o levantamento, 70% dos entrevistados dizem que as vias que cobram pedágio são melhores do que as federais e estaduais ?proporção que sobe para 77% entre os que dizem trafegar por essas estradas.
A pesquisa, realizada em 65 municípios de todas as regiões do estado de São Paulo, entrevistou presencialmente 1.806 pessoas acima de 16 anos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
De acordo com o Datafolha, a minoria (6%) diz que a privatização das rodovias não mudou a situação em relação ao que era antes, enquanto 15% afirmam que a qualidade piorou. Outros 10% não sabem.
Os dados refletem a percepção medida pela pesquisa de que é melhor uma estrada com pedágio, com mais recursos para asfalto de qualidade e boa sinalização do que o contrário. A grande maioria (89%) concorda com a afirmação.
Contudo, apesar da boa avaliação, os paulistas dizem ser contra a privatização de estradas vicinais ?rodovias com pista simples, que ligam cidades ou bairros.
A maioria (55%) não concorda com a cobrança de pedágio para melhorar as condições dessas estradas, enquanto 42% apoiam.
O Datafolha também questionou se os entrevistados costumam usar os aeroportos de Cumbica, em Guarulhos, e de Viracopos, em Campinas.
A grande maioria disse não ter esse hábito: 72% não costumam pegar voos em Cumbica, e 87% em Guarulhos.
Como a maioria da amostra não frequenta os terminais, a avaliação geral sobre a qualidade dos serviços após a privatização ficou dividida.
Contudo, entre os usuários, a percepção tende a ser positiva. Para a maioria dos entrevistados que costumam pegar voo em Cumbica (53%), a concessão para a iniciativa privada foi ótima ou boa. Outros 26% avaliam como regular, e 12% como ruim ou péssima.
Entre os usuários de Viracopos, 56% dizem que a privatização foi positiva. Um em cada quatro (25%) acha que foi regular, e 10% avaliam negativamente.
O Datafolha ainda perguntou como os entrevistados avaliam empresas de energia como CPFL, Eletropaulo e Cesp, que foram privatizadas pelo estado de São Paulo na década de 1990: para 39%, a privatização foi ótima ou boa, 29% veem como regular, e outros 24% como ruim ou péssima. Dizem não saber 8%.
A aprovação tende a ser maior entre os que têm 60 anos ou mais (42%), com ensino superior completo (44%), e que recebem entre cinco e dez salários mínimos (51%).
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