SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em alta nesta sexta-feira (28), após um dia movimentado com o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos abaixo das projeções. Os investidores agora esperam a divulgação do índice de preços consumo americano (PCE, na sigla em inglês), mirando a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) sobre os juros na reunião marcada para a próxima quarta (3).
Com a desaceleração do PIB, há expectativa de que a autoridade monetária dos EUA tenha mais cautela na definição de sua política de aperto de juros. A persistência da inflação, porém, pode dar sinais opostos ao Fed e gera temores de estagflação (economia com inflação em alta e que não cresce).
A expectativa é de aumento de 4,5% do PCE em 12 meses, em linha com o último resultado. O indicador é o preferido do Fed para basear suas decisões sobre os juros.
Às 9h05 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,36%, a R$ 4,9978 na venda. Na B3, às 9h05 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,22%, a R$ 5,0000.
No Brasil, estão marcadas as divulgações do IBC-Br, índice de atividade econômica do BC (Banco Central), e taxa de desemprego, pelo IBGE.
O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (27) após a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre dos Estados Unidos, que cresceu menos que o esperado. Já a Bolsa fechou em alta após bons números do volume do setor de serviços e emprego no Brasil.
O Ibovespa fechou em alta de 0,60%, a 102.923 pontos. Já o dólar comercial teve queda de 1,56%, a R$ 4,979.
Nos EUA, houve a divulgação de que a economia do país teve alta de 1,1% no período entre janeiro e março deste ano, uma desaceleração em comparação ao final de 2022, quando o indicador registrou crescimento de 2,6%. Analistas consultados pela Bloomberg projetavam alta de 1,9% para o primeiro trimestre deste ano.
O chefe de investimentos da Indepent Advisor Alliance, Chris Zaccarelli, afirmou à Bloomberg, porém, que os dados desta quinta sugerem o "pior dos dois mundos", com crescimento em baixa e inflação ainda em alta.
"O Fed claramente precisa continuar aumentando as taxas de juros [por causa da inflação], e o aumento vai ocorrer em meio a uma desaceleração. Estamos começando a nos preocupar sobre a real possibilidade de uma estagflação [economia com inflação em alta e que não cresce]", disse Zacarelli.
Se a economia americana pesou mais para o dólar, a Bolsa reagiu principalmente aos indicadores locais divulgados nesta quinta-feira.
O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou que houve a abertura 195.171 vagas formais de trabalho em março, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), acima das expectativas do mercado. Analistas ouvidos pela agência Reuters esperavam criação líquida de 100 mil empregos no período.
Contribui para o ambiente de otimismo no país, ainda, a decisão do STJ no julgamento que discutia a possibilidade de empresas usarem benefícios fiscais de ICMS para reduzir a base de incidência de dois tributos federais (no caso, IRPJ e CSLL).
A decisão restringe o mecanismo apenas para situações em que os valores são ligados a investimentos, fechando a brecha que permite que empresas usem os montantes relacionados a despesas correntes, entendimento que vinha sendo defendido pelo ministro da Economia, Fernando Haddad (PT). O STF (Supremo Tribunal Federal), porém, adiou o efeito prático da decisão, que será julgada no plenário Corte.
Além disso, IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o volume de serviços do país cresceu mais que o esperado em fevereiro. Impulsionado pelo transporte rodoviário, o setor registrou alta de 1,1%, a melhor para o mês desde 2021.
A FGV (Fundação Getúlio Vargas) também divulgou que o IGP-M recuou 2,17% nos 12 meses até abril.
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