RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Depois de o governo federal ameaçar cancelar o patrocínio do Banco do Brasil à Agrishow, feira do agro em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), propagandas do banco seguem expostas na feira agrícola.

A tensão decorreu de um conflito envolvendo a organização do evento e o ministro Carlos Fávaro (Agricultura).

Principal referência em tecnologia agrícola na América Latina, a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) enfrenta uma crise com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o dia 25, quando Fávaro disse ter se sentido "desconvidado" após ser informado pelo presidente da feira, Francisco Matturro, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participaria da cerimônia de abertura.

Três dias depois, o governo federal ameaçou cancelar o patrocínio do Banco do Brasil à feira.

A crise fez com que a Agrishow anunciasse, na noite de sábado (29), que não realizaria mais a tradicional cerimônia de abertura, prevista para a última segunda (1º). O evento ocorre desde 1994.

Com o cancelamento, Bolsonaro participou de um evento no auditório do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), do Governo de São Paulo, comandado por seu aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nele, o ex-presidente discursou a ruralistas e criticou o governo Lula principalmente em relação às demarcações de terras indígenas.

Nas ruas da Agrishow, pequenas placas do Banco do Brasil seguem expostas, assim como um grande painel na entrada do evento, que informa tanto o banco quanto o governo federal como patrocinadores da feira agrícola.

A Agrishow, por meio de sua assessoria, disse nesta terça que não foi procurada pelo banco ou pelo governo federal para comunicar um cancelamento do patrocínio.

O banco, porém, suspendeu a participação da sua presidente, Tarciana Medeiros, numa palestra durante a feira, e integrantes do conselho diretor também não participarão mais da Agrishow.

Questionado nesta terça-feira (2), o Banco do Brasil afirmou, por meio de sua assessoria, que o posicionamento segue o mesmo de sexta-feira, dia do anúncio do governo federal.

"O Banco do Brasil informa que está presente na Agrishow por meio de sua atuação comercial para realização de negócios e atendimento aos seus clientes. O Banco do Brasil tomará as medidas cabíveis se, durante a feira, houver qualquer desvio das finalidades negociais previstas", disse o banco.

O BB estmiou, antes do início da Agrishow, R$ 1,5 bilhão em negócios durante a feira.

A previsão da Agrishow para este ano é negociar mais que os R$ 11,243 bilhões registrados em 2022 em vendas de máquinas agrícolas, de irrigação e de armazenagem (R$ 11,77 bi, em valores atualizados pela inflação). São aguardados 190 mil visitantes até sexta-feira (5).


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