SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A manutenção da Selic em 13,75% pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central nesta quarta-feira (3) foi recebida com duras críticas por representantes empresariais.
Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), a decisão do Copom está equivocada. Em nota, o presidente da CNI, Robson Andrade, disse que o atual patamar da Selic restringe excessivamente a atividade econômica e já não é mais necessária para garantir a trajetória de desaceleração da inflação nos próximos meses.
"Volto a dizer o que disse no Senado [em audiência sobre o tema com o governo e o BC] há poucos dias: as empresas estão tomando crédito a mais de 30% e o setor produtivo não aguenta pagar esse nível de juros", afirma Andrade.
José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), afirma que é preciso "resolver com urgência as incertezas que o cenário atual tem gerado, pois é impossível crescer com uma taxa básica deste tamanho".
A Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) fala em entraves à geração de empregos no Brasil. "A despesa com juros bancários compromete a saúde financeira das empresas, que ficam impossibilitadas de crescer e com dificuldades de arcarem com suas despesas obrigatórias", diz em nota.
José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast (indústria dos plásticos), também vê riscos. "Mesmo com a possibilidade de que a inflação brasileira ainda não tenha apresentado tendência de refluir para a meta, o país tem disparadamente um dos maiores juros reais do mundo, e as consequências disto são temerárias para a economia brasileira", diz ele.
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