*SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Decisões sobre juros no Brasil e EUA, como devem ser os primeiros voos da Eve e outros destaques do mercado nesta quinta-feira (4).

**AIRBNB DE VOLTA ÀS ORIGENS**

Depois de quase 15 anos de sua fundação, de US$ 75 bilhões a mais em valor de mercado e de autoridades locais tentando barrar locações de curta temporada, o Airbnb quer voltar às origens.

A plataforma lança neste ano o "Airbnb Quartos", com a promessa de tornar mais atrativo, prático e seguro o aluguel de cômodos individuais ?a ideia original na época da criação da startup, em 2008.

O QUE EXPLICA

- Inflação dos aluguéis: ficou mais caro encontrar um quarto privativo na plataforma, principalmente após o fim das restrições da pandemia e em locais mais concorridos.

A ideia é também manter a atratividade em relação a hotéis, que hoje são concorrentes imediatos do Airbnb.

Em 2022, o preço médio de um quarto privativo na plataforma foi US$ 67 por noite. No Brasil, a tarifa fica em torno de R$ 165.

- Pressão regulatória: Brasil, EUA, Irlanda, Portugal. Em todos esses países há algum tipo de restrição aos aluguéis de curto prazo do Airbnb.

No Brasil, por exemplo, o STJ decidiu que condomínios podem proibir locações de curto prazo desde que esteja previsto em convenção aprovada por assembleias.

- O aluguel de quartos compartilhados, portanto, acaba livrando o Airbnb de duelos jurídicos longos e custosos.

**R$ 500 POR PESSOA PARA IR EM 'CARRO VOADOR'**

Os primeiros voos dos eVTOLs da Eve, startup da Embraer conhecida por seus "carros voadores", deverão custar entre US$ 50 e US$ 100 (R$ 500) por passageiro.

O cálculo é de Daniel Moczydlower, presidente-executivo do braço de inovação da fabricante brasileira de aeronaves ?a Embraer é acionista majoritária da Eve, que tem ações negociadas na Bolsa de Nova York.

ENTENDA

Os eVTOLs (veículos elétricos com pouso e decolagem vertical, na sigla em inglês) são considerados como uma alternativa mais barata, silenciosa e menos poluente que os helicópteros.

- 2026 ou 2027 é a previsão de data para o primeiro voo operacional do "carro voador";

- 15 minutos será o máximo de tempo de cada viagem, ao menos no princípio.

- Um piloto e quatro passageiros devem caber nos primeiros voos, que no futuro devem acontecer sem um humano no comando.

EM NÚMEROS

A Eve tem acordos para a entrega de até 2.770 veículos, o equivalente a eventual receita de US$ 8,3 bilhões, afirmou o executivo da Embraer.

Para a grana entrar na conta, porém, a empresa precisa antes cumprir as etapas de licenciamento, simulações em voos não tripulados e testes com pessoas a bordo.

**BC BAIXA TOM; FED INDICA PAUSA**

Sem gerar grandes surpresas no mercado, o Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, enquanto o Fed subiu os juros de referência nos EUA em 0,25 ponto, para a faixa de 5,00% a 5,25% ao ano.

Nos comunicados que acompanharam as decisões, o BC deixou os analistas divididos sobre a manutenção ou não do tom duro da reunião anterior, enquanto o Fed sinalizou que pode parar de subir os juros no próximo encontro.

No Brasil, o colegiado do BC voltou a dizer que a conjuntura demanda "paciência e serenidade", chamou a atenção sobre a "resiliência" no mercado de trabalho e acrescentou o termo "menos provável" quando disse sobre a possibilidade de voltar a subir os juros.

Desde o encontro de março, as expectativas de inflação dos economistas continuaram se deteriorando e a atividade econômica mostrando força, apesar da política de juros.

Nos EUA, o Fed não disse mais que "antecipa" que novas elevações de juros serão necessárias, apenas que observará os dados recebidos para determinar se mais aumentos "podem ser apropriados". Na entrevista após a decisão, Powell disse que é muito cedo para dizer que o ciclo de alta dos juros acabou.

O IMPACTO NOS INVESTIMENTOS

Após a decisão do Fed, o dólar perdeu força em relação a outras moedas com o sinal de proximidade do fim da alta dos juros por lá.

A moeda americana recuou 1,10%, a R$ 4,99. As Bolsas também encerraram o dia em queda.

Na renda fixa, veja aqui a rentabilidade de aplicações com a Selic em 13,75%.

**SAI O COMÉRCIO, ENTRA A INDÚSTRIA**

Se de um lado o setor de galpões logísticos acabou afetado pela crise das empresas de varejo no país no primeiro trimestre, por outro a demanda por ativos de alta qualidade se manteve forte no Brasil no período, principalmente na indústria.

No varejo, empresas como Americanas, MadeiraMadeira e Grupo BIG foram responsáveis por grandes devoluções de galpões logísticos de janeiro a março.

Na indústria, as asiáticas Shein e Shopee figuraram entre as grandes locadoras, assim como o grupo de medicamentos NC.

O QUE EXPLICA

A ocupação não quer dizer que o setor está imune à crise, mas sim que galpões logísticos de alta qualidade seguem com uma demanda alta por parte das empresas, dizem agentes do setor.

- A estimativa é de que a taxa de vacância (o percentual de áreas livres), hoje em cerca de 11%, deva subir até o fim do ano, mas não voltar ao nível dos 20%, como era antes da pandemia.

MAIS SOBRE CRISE DO VAREJO

Juros altos e freio na oferta de crédito fazem pedidos de recuperação judicial e de falência dispararem no começo deste ano.

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

SANEAMENTO NO BRASIL

Em 1ª derrota de Lula no Congresso, Câmara aprova projeto que derruba mudanças no saneamento. Votação foi feita em meio às dificuldades do governo em consolidar base de apoio; texto vai agora ao Senado.

FÉRIAS

Ministério da Justiça notifica Hurb, que pode ter serviço suspenso. Plataforma diz não comentar processos em andamento, mas estar à disposição das autoridades, para esclarecimentos.

TECNOLOGIA

OnlyFans quer ser lugar seguro para qualquer conteúdo, até pornô, diz CEO. Influenciadores receberam mais de R$ 51 milhões na plataforma, diz Amrapali Gan.

MICROSOFT

Treinar inteligência artificial não desrespeita direitos autorais, diz CEO do GitHub. Companhia é alvo de processo por infringir direitos autorais de programadores em treinamento de inteligência artificial.

INTERNET

Como a Amazon dominou vendas de livros no Brasil em apenas 9 anos. Empresa desbancou livrarias tradicionais como Saraiva e Cultura.


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