SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dados melhores do que o esperado sobre o ritmo de crescimento da atividade e a inflação abrem espaço para a valorização dos preços do mercado local, na avaliação da gestora de recursos Verde Asset, de Luis Stuhlberger.
"No Brasil, sinais positivos dos indicadores de crescimento e inflação e do campo fiscal começam a abrir espaço para valorização dos ativos de risco", escreve a gestora Verde em relatório de gestão divulgado nesta terça-feira (9).
Em paralelo a dados correntes que mostram maior resiliência do PIB local e do mercado de trabalho, o arcabouço fiscal e as medidas de recomposição de receita continuam reduzindo a percepção de risco dos investidores, acrescenta a casa de investimentos com cerca de R$ 28 bilhões em recursos sob gestão.
Nas últimas semanas, grandes bancos iniciaram uma onda de revisões em série das projeções para o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2023, na esteira de dados acima do esperado no primeiro trimestre impulsionados pelo mercado de trabalho aquecido e o agronegócio.
Além disso, os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a inflação teve uma forte desaceleração em abril, alcançado os menores patamares desde meados de 2020.
A gestora de Luis Stuhlberger assinala também que o Brasil teve sinais positivos em relação às receitas fiscais, com o governo obtendo "substantiva vitória" no STJ (Superior Tribunal de Justiça) na questão dos benefícios de ICMS na base dos impostos federais.
No final de abril, o STJ, em decisão unânime, restringiu a possibilidade de empresas usarem benefícios fiscais de ICMS para reduzir a base de incidência de dois tributos federais (no caso, IRPJ e CSLL).
O julgamento facilita o plano da equipe econômica para elevar a arrecadação em até R$ 150 bilhões por ano e, assim, reequilibrar as contas públicas. Nos cálculos do ministério da Fazenda, as mudanças sobre a incidência do ICMS na base de cálculo de IRPJ e CSLL podem render até R$ 90 bilhões extras.
"Parece aumentar a probabilidade de que as metas fiscais de 2023 e 2024 sejam cumpridas", diz a Verde na carta de gestão, acrescentando que o cumprimento das metas permanece como desafios importantes para o biênio 2025-2026.
A gestora de Stuhlberger destaca também que o Congresso se coloca como contraponto importante em algumas decisões do governo, como no caso do saneamento e mesmo no arcabouço fiscal, "onde os sinais apontam para melhoras no projeto."
Frente à recente evolução do cenário doméstico, o carro-chefe da gestora de recursos, o fundo multimercado Verde se desfez da posição que carregava no portfólio comprada em dólar contra o real, que apostava em uma desvalorização da moeda brasileira.
Na estratégia dedicada às ações, a opção foi por vender papéis de empresas, como BB Seguridade e Louis Vuitton, com a migração para nomes como Lojas Renner e XP. São ações que devem começar a mostrar melhora gradativa de indicadores operacionais e negociam com preços atrativos, avaliam os gestores. Suzano, Rumo, Localiza, Equatorial, Energisa e Vibra continuam sendo as principais posições do fundo de ações da Verde.
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