BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em conversas reservadas, o presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates (PT-RN), afirmou que a estatal avalia exercer o seu direito de preferência e adquirir o controle da Braskem.
A posição foi ventilada em resposta à oferta feita recentemente pela estatal árabe Adnoc e o fundo americano Apollo que pretendem comprar a companhia pelo valor de face de R$ 47 por ação.
O controle da empresa hoje pertence à Novonor (ex-Odebrecht) e, caso a empresa aceite vender sua participação, a Petrobras (dona de 38%) tem a preferência.
Como noticiou o Painel S.A., ambos refutaram a oferta dos árabes que, na prática, pagariam, no máximo, R$ 30 por ação, valor considerado tão baixo que nem se dispõem a sentar à mesa de negociação.
Para a petroleira, é preciso buscar uma saída para seu endividamento da Braskem, cujas ações estão desvalorizando diante do nível de endividamento --cerca de seis vezes o Ebitda, quase o dobro do recomendável.
Interlocutores de Prates afirmam que o governo avalia adquirir o controle da petroquímica seguindo a orientação de Lula para ampliar o comando sobre empresas estratégicas.
A Petrobras, ainda segundo relatos, teria caixa suficiente para suportar uma operação desse porte.
No entanto, a disposição dos acionistas no momento é oposta. O governo gostaria de resolver essa situação rapidamente e por um preço baixo.
A Odebrecht não tem pressa porque não pretende vender seus papéis pelo maior preço possível.
Os bancos credores preferem trocar parte da dívida da Braskem por ações da nova companhia interessados em receber parte dos R$ 14 bilhões que emprestaram o quanto antes.
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