SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) formou maioria nesta segunda-feira (29) para absolver os irmãos Joesley e Wesley Batista em caso envolvendo suposta manipulação de preços e uso indevido de informação privilegiada (insider trading) em negócios realizados pela JBS e pela controladora J&F Investimentos.
Esse processo, além de outros dois em julgamento, foram abertos depois que o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim noticiou em 17 de maio de 2017 que Joesley havia delatado o então presidente Michel Temer (MDB) e gravado trechos de uma conversa com o mandatário.
A notícia derrubou os mercados no dia seguinte -a Bolsa caiu 8,8%, a 61 mil pontos-, no episódio que ficou conhecido como "Joesley Day". A acusação no processo da CVM afirmava que os irmãos Batista teriam operado no mercado considerando o impacto que a notícia causaria.
O presidente da CVM, João Pedro Nascimento, e os diretores Otto Lobo, João Accioly e Alexandre Rangel votaram pela absolvição. A diretora Flávia Perlingeiro pediu vistas do processo, suspendendo o resultado oficial.
Relator do caso, Otto Lobo votou por multar a J&F em R$ 500 mil por ter negociado ações da JBS em período vedado por força do Programa de Recompra de Ações da empresa.
Em nota, a J&F, holding dos empresários, disse que "o julgamento da CVM desfaz a injustiça cometida contra o grupo e os empresários, ratificando a lisura e a legitimidade com as quais a J&F, seus executivos e empresas controladas sempre operaram no mercado financeiro".
Joesley e seu irmão Wesley foram presos em setembro de 2017. Cerca de seis meses depois, ambos foram soltos.
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