SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar abriu em leve alta nesta segunda-feira (5) após ter registrado uma semana de perdas com a aprovação do projeto de lei que suspende o teto da dívida dos EUA e o aumento das apostas de que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) deve manter os juros do país inalterados em sua próxima reunião.
Nesta semana, investidores aguardam, no Brasil, a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice de inflação oficial do país, que pode reforçar um cenário de queda da Selic (taxa básica de juros) neste ano caso mostre uma desaceleração da alta de preços.
Às 9h08 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,08%, a R$ 4,9588 na venda. Na B3, às 9h08 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,03%, a R$ 4,9835.
A Bolsa brasileira fechou com forte alta e registrou mais uma semana de ganhos na sexta-feira (2), impulsionada por ações da Petrobras e da Vale e apoiada pelo crescimento acima do esperado da economia brasileira no primeiro trimestre.
O Ibovespa teve alta de 1,80% nesta sexta, chegando aos 112.558 pontos, melhor patamar desde janeiro. Na semana, o índice acumula alta de 1,46%.
O dólar, por sua vez, caiu 1,03% e fechou cotado a R$ 4,954, acumulando desvalorização de 0,61% na semana.
O desempenho da Bolsa brasileira nesta sexta foi sustentado principalmente pelas ações da Vale, que foram as mais negociadas da sessão e subiram 4,37% em meio à alta nos contratos futuros do minério de ferro.
Os papéis da CSN e da CSN Mineração também foram beneficiados pela alta da commodity e ficaram entre os maiores ganhos do dia, subindo 4,91% e 4,47%, respectivamente. A Cosan liderou os ganhos do dia, registrando alta de 7,90% após o BTG Pactual ter reforçado a recomendação de compra das ações da companhia.
Auxiliou o Ibovespa, ainda, a Petrobras, que teve alta de 1,29% nas ações ordinárias e de 0,81% nas preferenciais favorecida pelo avanço dos preços do petróleo no exterior.
No lado negativo, ações da Via, da Magazine Luiza e da Totvs tiveram as maiores quedas ?de 10,36%, 4,68% e 4,19%, respectivamente? após sofrerem cortes de recomendações de compra.
A Bolsa brasileira foi favorecida, ainda, pelo otimismo no mercado financeiro americano.
Na quinta, o Senado dos Estados Unidos aprovou o projeto de lei que suspende o teto da dívida do país, afastando o risco de um calote do Tesouro americano que poderia desestabilizar os mercados financeiros globais. A votação trouxe alívio a investidores, que operavam em cautela havia semanas enquanto o impasse sobre a dívida não era resolvido.
Já nesta sexta, o Departamento de Trabalho do país divulgou dados de emprego melhores que o esperado, com a criação de postos de trabalho em maio superando a previsão de analistas. Houve, porém, uma moderação dos salários no mês, o que reforçou apostas de que os juros americanos devem se manter inalterados em 5,25% na próxima reunião do Fed.
As recentes falências do Sillicon Valley Bank (SVB) e do First Repbulic Bank também podem pesar na decisão da autoridade americana, destaca Alan Dias Pimentel, analista da Blue3 Investimentos.
"O Fed ainda considera a possível quebra de outros bancos regionais nas decisões sobre juros. Por isso, a tendência é de uma política mais leve após a divulgação desses dados", diz ele.
Nesse cenário, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq fecharam em alta de 2,12%, 1,45% e 1,07%, respectivamente.
O dólar, porém, foi impactado negativamente pelas expectativas sobre a reunião do Fed. Isso porque a moeda americana seria apreciada em caso de aumento de juros, já que a renda fixa americana se tornaria mais atrativa nesse cenário.
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